A goleada sobre o Táchira poderia ter sido até maior. Mesmo jogando com 10 jogadores por 2/3 da segunda etapa, os comandandos de Miguel Angel Ramirez se mostraram extremamente organizados e mantiveram o poderio ofensivo graças às transições em alta velocidade. Após o triunfo que deixa o SCI na liderança do grupo pelo saldo de gols, deixamos aqui um rápido compilado com três pontos de vistas de torcedores colorados: o que foi aprovado e pode melhorar neste início de trabalho e primeiras impressões do Inter de MAR? Confira o papo de colorado para colorado:
Alan: "Me chamou muito atenção as transições do Inter. Diferente das equipes como do técnico Fernando Diniz, que por vezes possuem estratégias com a posse bola mas sem real efetividade, o Inter de MAR deixa claro que almeja uma transição dividida em dois blocos: o defensivo e ofensivo, a ideia é espalhar as peças do adversário até que haja algum setor com igualdade ou maioria numérica, nesse momento a defesa faz a transição - que pode ser pelo alto ou por baixo - e nisso temos um ataque com grandes chances de perigo. Claro que o observado ontem também deu certo sobretudo quando o Táchira saiu mais para o jogo, mas percebi ali algumas primeiras movimentações realmente conscientes da equipe, algo que ainda parecia mais ocasional do que intencional. Me parece visível também que nosso sistema defensivo por vezes é pego "desencaixado", mas isso faz parte de toda estratégia: tenta-se ganhar lá na frente em detrimento de outro setor, importante é termos consciência de que quanto mais esse sistema for repetido e fomentado nos jogadores, mais ele tenderá a funcionar com menos problemas. Por fim, de negativo, avalio que Zé Gabriel é muito abaixo para seguir fardando como titular (protagonizou um rebate amador, não há jogo em que ele não entregue uma ou duas vezes), precisamos contratar urgente."
Israel: "O time apresentou algumas evoluções, por mais que fosse uma partida contra um clube em tese menor, a vitória era essencial para buscarmos a classificação. A saída de bola no tripé defensivo é algo que precisa da repetição e muito treinamento mas que só o tempo darão, são lances arriscados que deixam o torcedor com frio na barriga mas que ontem mesmo já deu resultado. O segundo gol do Patrick se iniciou numa saída de bola atrás com marcação pressão do adversário. E os movimentos em campo dos jogadores com o tempo tende a saírem mais natural, Palácios no meu ponto de vista não teve um bom desempenho, por exemplo, mas é um jogador de grande potencial que vai crescer e nos ajudar muito. Assim como o acréscimo que teremos de Saravia, Taison, Boschilia e Guerrero, temos potencial com estes jogadores de melhorar muito ainda".
Mas precisamos de reforços para o sistema defensivo para termos um elenco totalmente completo, pelo menos um zagueiro em nível de titularidade, setor mais carentes tanto em qualidade como em quantidade no banco. E temos que ter muito cuidado com as saídas de bola no tripé defensivo, muita atenção porque um erro e perda de bola naquele setor do campo é de alto risco. Mas estamos evoluindo, 3 goleadas em poucos jogos era algo que faziam anos que o Inter não conseguia, estamos no caminho, é preciso dar tempo para o "Careca espanhol" ir ajustando as peças.
Ariel: "A vitória colorada sobre o Táchira foi ao meu ver a melhor partida sob o comando de Ramírez. Depois da goleada sobre o Esportivo, onde o time já havia dado alguma mostra de evolução, o time alvirrubro fez um jogo com vários aspectos positivos que mostram um pouco das ideias do treinador espanhol neste "novo" Inter. A saída de bola desde o goleiro, com a estratégia de chamar o adversário no seu campo e utilizar o espaço no campo defensivo rival no mano a mano com maioria numérica, foi muito bem executada pela equipe em várias partes do jogo. Me impressionou a organização e eficiência nas bolas paradas, o time claramente sabe o que fazer nos escanteios, faltas, se nota muito bem a mão do treinador. Além disso, durante o jogo, a busca incansável pelo gol, mesmo estando na frente do placar, acredito que é algo que não se vê no Beira-Rio há muitos anos. De negativo, a equipe ainda precisa refinar o aspecto defensivo que em algumas vezes a última linha ficou mal posicionada ou exposta. A saída combinada desde o goleiro mostrou evolução, mas claramente ainda pecamos em alguns movimentos e precisão no passe. Além disso, não entendo o pouco espaço que Caio Vidal vem recebendo em detrimento ao Marcos Guilherme".