Rogério Caboclo, presidente da CBF, teria dito ao presidente da Federação do Estado do Rio de Janeiro, Rubens Lopes, a seguinte frase durante reunião na última quinta-feira (24): "Você não vai fazer o Campeonato Brasileiro ser refém de um único clube, como fez no Carioca", tamanho incômodo com a longa participação do dirigente na defesa da reabertura dos portões dos estádios cariocas, antes da permissão do retorno do público em outros estados.
No início da reunião, ficou claro que as participações por vídeo conferência seriam de três minutos. Alguns dirigentes incomodaram-se com o discurso mais longo de Rubens Lopes. Ele foi alertado novamente sobre o tempo limite, para que todos tivessem oportunidade de falar. Neste momento, já irritado, Caboclo deixou a sala e ficou dez minutos fora. Ao retornar, Rubens Lopes continuava discursando. Foi quando aumentou o calor do debate. No meio da gritaria, o presidente da Ferj perguntou se o colega tinha deixado de tomar remédio no dia, o que justificaria o nervosismo.
A CBF já determinou que o público só voltará aos estádios quando as onze cidades da Série A permitirem o acesso de torcedores. Nas próximas semanas, deve fazer reuniões com governadores de Estado e prefeitos, também secretários de saúde, para entender a possibilidade de reabrir os portões. Uma data em estudo seria a de 7 de novembro, início do segundo turno. Todavia, é improvável que se consiga as liberações de todas as onze cidades até lá.
Mais provável é que se pense em abrir portões, como eventos testes, a partir de 1 de janeiro. Entende-se que, em muitos estádios, abrir 20% da capacidade pode representar mais prejuízo do que lucro. Não é a receita, mas testar o retorno pode acontecer ainda neste campeonato. Não em outubro.
O presidente da FERJ pretendia aproveitar a liberação da prefeitura do Rio mas foi alertado de que existe uma permissão, não obrigação de fazer o público voltar aos estádios. Assim como o Flamengo, a federação do Rio defende que a venda de ingressos seja liberada nos municípios que autorizarem a medida, independentemente da situação em outros locais em relação ao combate à pandemia de Covid-19.
Uma observação feita na reunião da Comissão Nacional de Clubes é que se deve tomar todo o cuidado com as medidas de saúde, com o equilíbrio do Brasileirão e com a politicagem eleitoreira de candidatos a cargos públicos, a menos de dois meses das eleições para prefeito.
A sessão virtual foi interrompida sem definição sobre o assunto e sem uma data para a pauta ser retomada.
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