O Internacional encerrou o ano de 2024 no vermelho. Mesmo com a venda de Gabriel Carvalho ao Al Qadisiyah, da Arábia Saudita, nos últimos dias do ano, o clube registrou um déficit de R$ 34,4 milhões. E o cenário se agrava com o aumento da dívida total, que passou de R$ 1,04 bilhão para R$ 1,25 bilhão — valor que inclui o passivo referente à reforma do Beira-Rio, embora este não recaia diretamente sobre o clube, revelou o Correio do Povo.
Esses dados constam no relatório financeiro enviado nesta terça-feira (15) aos conselheiros do clube, acompanhado da convocação para a reunião do Conselho Deliberativo, marcada para o próximo dia 28 de abril. A pauta será a avaliação das contas do exercício de 2024.
A gestão do presidente Alessandro Barcellos atribui o resultado negativo aos impactos causados pelas enchentes que atingiram o clube ao longo do ano. Os prejuízos foram tanto diretos quanto indiretos, envolvendo a reconstrução do CT, reformas no Beira-Rio e queda de receitas. Apesar do déficit, o valor ficou abaixo do teto de R$ 44,3 milhões autorizado pelo Conselho no fim do ano passado.
Esse foi o primeiro resultado negativo desde 2021, quando teve início a atual administração. A queda nas receitas foi significativa: R$ 621 milhões em 2024 contra R$ 654,6 milhões no ano anterior. Vale lembrar que, em 2023, o Inter teve superávit de R$ 168,8 milhões, impulsionado por uma receita extraordinária de R$ 219 milhões com a venda dos direitos de TV da Liga Forte União — operação que foi parcialmente revertida no início de 2024.
A diretoria estima que os danos provocados pelas enchentes chegaram a R$ 90 milhões. Desse total, R$ 19 milhões foram investidos em reparos estruturais, R$ 25 milhões correspondem à estagnação do quadro social e R$ 33 milhões à eliminação precoce de competições. Parte do prejuízo foi coberta por R$ 8,9 milhões pagos pelo seguro e outros R$ 4 milhões repassados pela CBF.
O parecer do Conselho Fiscal ainda destaca o salto nos custos operacionais, que cresceram de R$ 287,5 milhões em 2023 para R$ 404,4 milhões no ano seguinte. O aumento está ligado aos investimentos no elenco profissional, com impacto em salários, direitos de imagem e amortizações, além dos efeitos climáticos extremos. Ainda assim, o CF recomendou a aprovação das contas.