Ricardo Brejinski, repórter esportivo do jornal Tribuna do Paraná, de Curitiba, publicou neste domingo (26) uma matéria em que analisa a possibilidade de que a crise econômica gerada pela pandemia de Covid-19 coloque o futebol em uma nova realidade de mercado, criando “novos grandes”.
Levando em conta um faturamento anual (em média) de R$ 300 milhões de cada clube da elite do Brasileirão, com exceção de Flamengo e Palmeiras, que estão registrando faturamentos bem superiores nos últimos anos, a série A pode deixar de movimentar cerca de R$ 1,5 bilhão em três meses de paralisação. Vale destacar que a quantidade de meses e os valores são apenas projeções realizadas pelo Suno Notícias.
Assim, após 2 meses sem futebol e nenhum vislumbre de retorno minimanente plausível, os reflexos econômicos apresentam-se como uma bola de neve: os clubes que apresentavam enormes dificuldades financeiras estarão sem saída, os que vinham se estabilizando poderão tropeçar novamente e os que já estavam em um patamar equilibrado, mudariam de patamar.
“Não se tem dúvidas que em curto e médio prazo os valores caiam. Se o orçamento do futebol perde o dia de jogo, com perda de bilheterias e sócios, que não devem zerar, mas cair bastante, você tira uma fatia relevante desse orçamento. É uma lógica no mundo todo. Se você perder arrecadação, você vai perder capacidade de pagar salários. Valores de contratações também (devem cair), mas não dá pra saber quem vai sofrer mais”, avaliou Rodrigo Capelo, comentarista do Sportv e especializado em negócios do esporte ao site do tribunapr.com.br.
“Ainda não se sabe o tamanho disso, mas já se começa a ter uma ideia. Quando o futebol decide ter portões fechados, o que é inevitável, você perde bilheterias. E nas minhas contas, entre 14 clubes da Série A, são R$ 500 milhões que eram esperados em bilheteria e que devem perder, mais impactos em associações, transferências de jogadores…”, reforçou Capelo.
“Com a paralisação dos campeonatos, tem suspensão de pagamento e os clubes ficam sem dinheiro para cumprir seus compromissos. Isso é pior do que o torcedor pode imaginar. Uma empresa estruturada poderia pegar um dinheiro emprestado para minimizar os danos, mas os clubes não têm crédito e não tem de onde pegar dinheiro. Então estão renegociando salário, pagamentos a outros clubes e credores, mas é um solavanco difícil de encarar”, acrescentou.
Além disso, a crise pode mudar o cenário do futebol, principalmente no Brasil. Muitos clubes que já tinham dívidas absurdas, como Botafogo e Vasco, convivendo com atrasos salariais, devem ter ainda mais dificuldades para se reestruturarem, ao contrário de outros emergentes:
“O que dá pra esperar é que com esse tranco que o mercado do futebol vai sofrer, os valores caiam, os clubes se reajustem e algumas competições e ordem de grandezas sejam afetadas. Um clube como Grêmio e Athletico pode sofrer um pouco menos, pois tem dinheiro entrando e não tinha destino certo. O Athletico não gastou esse dinheiro da venda de jogadores, ele pode sair disso melhor do que um Botafogo, Vasco, Fluminense e Atlético-MG, que já estavam fragilizados”, avaliou Capelo.
A tendência é que os elencos se reciclem e fiquem ainda mais reféns das categorias de base. Sem dinheiro pra contratar e também com preços baixos para vender, apostar na garotada pode se tornar uma alternativa para fugir das dívidas e montar elencos que possam disputar títulos.
Ainda de acordo com César Grafietti, consultor de finanças do Esporte, em declarações a Agência Brasil, "não há distinção entre grandes e pequenos no momento atual. Porque embora os clubes de maior investimento possuam uma receita maior, seus custos também são maiores, como salários. Os de menor investimento, por outro lado, têm dificuldades naturais e qualquer falta de receita vai impactar negativamente".
Para Fernando Ferreira, sócio diretor da Pluri Consultoria, a crise provocada pela pandemia do coronavírus não muda a tendência, mas acelera o processo. “Vai ficar mais evidente do que nunca. Os clubes mais estruturados, mais organizados e com pessoas mais capacitadas vão passar por isso de uma forma melhor. Muitos vão convocar a torcida para se associar, mas isso terá pouco peso sobre o problema total. Os torcedores são cidadãos e já terão muitos problemas. A hierarquia do futebol vai mudar um pouco mais, ela vai ser ditada pela condição financeira, que dita a capacidade de investimento", em entrevista ao Jornal O Popular, para emendar. “O panorama vai mudar, a hierarquia vai mudar. Provavelmente, os grandes vão aumentar sua diferença para os menores. Quem vai sofrer mais, principalmente se não tiver algum tipo de assistência, são os clubes menores, os atletas que ganham menos”, afirma. O especialista traduz a desigualdade em números. “Quando você olha para o futebol brasileiro, você tem 648 clubes que jogam futebol profissional, ou próximo disso, sendo que desse número você tem 60 clubes com calendário anual. Os outros, que jogam por períodos de 45 a 120 dias, que já têm uma situação financeira difícil, vão ter um agravamento incrível desta realidade. Vamos ver o maior número de encerramento de atividades de clubes”.
Nesse ambiente de incertezas, Alexandre Campello, presidente do Vasco, avalia que a sociedade precisa se conscientizar que a economia vai sofrer muito no período pós pandemia. Além disso, ele acredita que os jogadores precisam entender que até os clubes de futebol terão muitas dificuldades financeiras depois de sair dessa crise na saúde mundial.
“A sociedade como um todo deve se conscientizar que após a pandemia nós vamos viver um período semelhante ao pós guerras. Eu acredito que muitos vão quebrar, porque a economia vai passar por uma retração. Os jogadores de futebol, membros de comissão técnica também precisam entender que os clubes vão estar mais pobres pós pandemia. Vários setores vão passar por um reajuste, possivelmente com algum desemprego, com redução de salários, mas que todos vão perder alguma coisa”, afirmou em entrevista a Rádio Tupi.
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