O técnico do Nacional, Pablo Peirano, avaliou com frustração o empate por 3 a 3 com o Internacional no Beira-Rio, pela fase de grupos da Libertadores. Após abrir três gols de vantagem, o time uruguaio viu os donos da casa reagirem e buscar a igualdade ainda no segundo tempo.
“Viemos com a convicção de que poderíamos pontuar. Pelo que foi o jogo, sentimos que perdemos mais do que ganhamos. O ponto conta, mas poderíamos ter saído com mais”, afirmou Peirano após a partida.
O treinador elogiou a atuação da equipe, que chegou a estar vencendo por 3 a 0, e destacou o equilíbrio e os detalhes que definiram o confronto.
“O time se comportou muito bem, jogou no limite. Esses jogos são decididos nos detalhes, tanto nas bolas paradas quanto no funcionamento coletivo. Procuramos competir até o fim, não só defensivamente, mas também saindo com velocidade nos contra-ataques.”
Peirano lamentou o gol de Alan Patrick, que reduziu o placar ainda no primeiro tempo e deu novo ânimo ao Inter.
“O jogo ficou emocionante. O gol no fim do primeiro tempo, de pênalti, deu mais equilíbrio para eles. E antes do segundo gol deles, tivemos uma chance clara com o Vargas. A bola passou muito perto. Depois, acabaram aproveitando as chances que tiveram.”
Para o treinador, o confronto foi um típico jogo de Libertadores. “Foi uma partida muito característica da competição, decidida nos detalhes, com jogadores de alto nível dos dois lados. Seguimos vivos na disputa e há muitas coisas positivas para tirar desse jogo.”
Sobre as substituições no segundo tempo, Peirano explicou as saídas de Lucas Villalba e Jeremía Recoba, aos 61 minutos, para as entradas de Yonatan Rodríguez e Eduardo Vargas.
“Lucas fez um ótimo primeiro tempo, começou bem e manteve o nível. Mas eles passaram a atacar às costas dele, fazendo um dois contra um pelo setor. Não era tanto problema do Ancheta, e sim porque recebiam com liberdade. Sentimos que precisávamos refrescar aquele lado para evitar que continuassem explorando ali.”
O técnico também comentou sobre Emiliano Ancheta e a reorganização defensiva.
“O Ancheta alternava entre vitórias e derrotas nos duelos, mas estava dentro do jogo. A entrada do Nicolás Rodríguez nos ajudou a fechar os lados e o meio. Quando fechamos por dentro, eles passaram a atacar pelas pontas. Fizemos o máximo dentro das nossas possibilidades.”
Peirano revelou também o que pediu no intervalo, prevendo alterações do adversário.
“Sabíamos que eles fariam mudanças, e que precisaríamos repetir os esforços defensivos e estar atentos ao novo posicionamento deles. Assim que vimos as trocas, também ajustamos nosso sistema. Em um momento, funcionou. Quando não conseguiram entrar por dentro, passaram a apostar nos cruzamentos.”
Questionado sobre o uso da linha de cinco defensores, o comandante uruguaio explicou que o sistema é, na verdade, um 3-4-3, já utilizado em outros jogos.
“É o mesmo sistema que usamos contra o Bahia no Parque. O que muda são as características dos atacantes. Desta vez, o papel do Nicolás López foi fundamental.”
Peirano rasgou elogios ao camisa 9, que atuou contra seu ex-clube. “O Nicolás fez o que se esperava: segurou a bola, fez o pivô, ajudou na construção. A ideia era deixá-lo mais livre, com Recoba e Villalba entrando nas diagonais. Ele fez exatamente isso. Esse é o Nicolás que todos conhecem. Estou muito satisfeito com ele e queremos que mantenha essa linha de trabalho, porque vamos precisar.”
O técnico também comentou sobre Eduardo Vargas e seu momento no elenco.
“Falo com ele, assim como com a maioria dos jogadores. Cabe ao treinador extrair o melhor de cada um. Às vezes, a substituição pode gerar alguma reação negativa, mas ele tem mostrado atitude, fala com os mais jovens, está sempre presente. Entrou bem no jogo, com energia. Vamos continuar trabalhando para que sua experiência também apareça em campo. Ele tem vontade, entrega, e isso é algo que valorizo muito, mesmo quando as coisas não saem como o esperado.”