Texto por Colaborador: Redação 26/03/2020 - 13:34

A pandemia do coronavírus assola o mundo e teve impacto direto no futebol com boa parte dos campeonatos pelo planeta suspensos. No Brasil, enquanto a bola não rola, alguns clubes tentam manter seus atletas em atividade em suas respectivas casas com planilhas e uma série de treinamentos desenvolvidos e monitorados pelos profissionais das comissões técnicas .

Mas é inegável a preocupação de torcedores e até mesmo dos próprios jogadores sobre a efetividade desses exercícios, uma vez que longe dos Centros de Treinamentos e do contato físico do dia a dia, eles também ficam distantes da intensidade alta das atividades diárias em seus respectivos clubes.

“Elas funcionam sim (as planilhas de atividades), desde que sejam individualizadas e montadas de acordo com a realidade que o atleta vai ter dentro de sua casa. Deve haver uma análise do que tem disponível, não só de material como de espaço para desenvolver as atividades. A partir disso, depende do atleta seguir aquilo ali, para manter a base do que vinha desenvolvendo no dia a dia”, explica Daniel Felix, preparador físico com passagens por Flamengo, Botafogo e Atlético-MG.

Apesar do empenho das equipes e dos clubes para manter os jogadores em bom nível durante o isolamento social, Daniel alerta para o nível de competitividade, que naturalmente deve cair quando as competições forem retomadas.

“O que vai acontecer depende muito do tempo de inatividade, de destreinamento. Treinando apenas em casa é impossível manter o nível de competitividade. Vai ficar faltando os estímulos de jogo, de tomada de decisão, questões técnicas, de como reagir a cada situação de jogo. Na minha opinião, as equipes que têm bons padrões táticos estabelecidos vão voltar ao nível de competitividade mais rapidamente. O que me preocupa é se todos vão ter a possibilidade de treinar velocidade, por questões de espaço, não sei se a casa de todos os atletas do Brasil tem essa condição, a gente precisa de pelo menos 20 a 30 metros para manter essa valência de velocidade”.

Um dos pontos mais importantes para Daniel Felix, no entanto, é o cuidado com o retorno dos atletas. Para ele, o futebol vai precisar de uma nova “pré-temporada” depois da quarentena, com um conceito um pouco diferente da que é feita normalmente em janeiro. Segundo ele, o movimento precisa ser progressivo para que não haja uma onda de lesões no futebol brasileiro.

“Vai ser muito importante fazer uma volta progressiva, porque mesmo com essa boa base de força, de movimento, no campo as características são completamente diferentes. Pode ser que a carga muito elevada das primeiras semanas aumente as lesões, se não tiver cuidado, fazer algo bem progressivo, a gente vai com certeza ter o argumento do número de lesões, a ciência mais do que comprova que picos em relação aos parâmetros de movimento são os que levam os atletas a terem um desgaste maior e a falta de tempo de recuperação também, assim as lesões acabam aparecendo”.

Um dos maiores problemas do futebol brasileiro na atualidade é o calendário, que pode ficar ainda mais complicado por conta das competições suspensas. Para se ter uma ideia, os estaduais pelo Brasil foram paralisados na metade ou até mesmo no começo em alguns casos. Em maio, estava previsto o início do Campeonato Brasileiro, há ainda Copa do Brasil e Libertadores.

As federações, CBF, clubes e entidades envolvidas com o futebol, lutam para encontrar soluções para a temporada brasileira, que vai precisar ser readaptada de acordo com o tempo de paralisação.

Fonte: Goal

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