Texto por Colaborador: Redação 05/07/2020 - 03:00

Referência no Brasil no combate à pandemia de Coronavírus, o reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e pós-doutor em epidemiologia, Pedro Hallal, afirmou na tarde de sexta-feira (3) que as partidas de futebol só deveriam retornar no Rio Grande do Sul daqui a seis semanas. Em declarações citadas via Diario Popular, de Pelotas (assinada por Vinícius Guerreiro), foi estimado um prazo levando em conta a necessidade dos clubes de três semanas aos clubes do interior, que ainda nem voltaram a treinar. Confira suas principais declarações:

“De portões fechados, creio que pode voltar o futebol por aqui em seis semanas. Com torcida, acho difícil neste ano (...) Para os jogadores é uma boa notícia em termos de condições físicas. Grêmio e Inter possuem um calendário mais exigente com Série A e Libertadores. É pensando nos times do interior que eu estou fazendo essa previsão de seis semanas. Talvez a primeira vez que Grêmio e Inter entrariam melhor fisicamente em um Gauchão, mas faz parte e é natural que eles treinem antes”.

Hallal também é taxativo ao ser contra à postura das direções da dupla, de forçarem um retorno neste momento. “As decisões das direções de Grêmio e Inter, até treinar fora do Estado, são decisões muito equivocadas”, afirmou. Segundo ele, o Grêmio não conseguiria gerar uma bolha segura para os atletas ao deixá-los isolados em um hotel em Criciúma, já que essa é uma ideia “fictícia”, pois seria necessário colocar todos os funcionários do hotel também em isolamento e evitar qualquer tipo de contato.

Segundo estudos recentes da própria UFpel, a análise da evolução do coronavírus no Rio Grande do Sul revela que o número de pessoas que já foram infectadas é hoje, em média, cerca de dez vezes maior em comparação com o encontrado no primeiro levantamento da pesquisa, conduzido entre 11 e 13 de abril. Já a relação entre número de casos estimados pelo estudo e o de casos notificados, que era de oito vezes, caiu para duas vezes entre a primeira e a quinta etapas.

Outro estudo realizado pela universidade, divulgado na quinta-feira (02/07), sugere haver um alto índice de subnotificação de casos da doença no país, cujos dados oficiais colocam o país como o segundo no mundo em óbitos e infectados.

Por fim, o reitor afirmou ainda que chamou a atenção de sua equipe o fato de que as "cidades que seguiram as recomendações e só relaxaram o isolamento quando a curva já estava descendo, como Manaus, é possível ver que a curva não voltou a subir. As cidades que decidiram relaxar com a curva em ascensão cometeram um erro. E várias cidades estão cometendo esse erro", explicou.

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