Saiba tudo sobre Coudet: "Se treina como se joga" e "não gosto de jogar da mesma maneira o tempo todo"

Texto por Colaborador: Admin 17/12/2019 - 13:55

Aos 45 anos, Eduardo Coudet assume o Inter após ser confirmado nesta segunda-feira com uma mística altamente vencedora. Em sua quarta equipe como treinador, o Brasil será sua segunda experiência treinando fora da Argentina, após comandar o Tijuana, do México, sem muito sucesso em 2017, além de Rosário Central e mais recentemente, o Racing. Mas como exatamente são suas equipes? quais suas ideias de jogo? seus métodos? Fizemos um extenso compilado mirando responder todas essas questões. Confira abaixo:

INÍCIO

“Chacho” Coudet foi campeão argentino pelo Racing após uma fila de cinco anos e recentemente do Troféu dos Campeões, ganhando status de grande treinador justamente com as conquistas recentes.

Sua carreira começou e logo ganhou destaque no Rosario Central. Em 2015, recebeu a oportunidade de comandar a equipe e mostrou sua capacidade. Levou a equipe de um 14º lugar no Campeonato Argentino de 2014 até a terceira colocação no ano seguinte.

Na Libertadores de 2016 eliminou o Grêmio do então técnico Roger Machado nas oitavas de final com uma equipe extremamente ofensiva e que tinha em seu elenco jogadores como Marco Rubén, hoje no Athletico-PR, e Lo Celso, hoje no Tottenham. Vitórias por 1 a 0 em Porto Alegre e 3 a 0 na Argentina. Na fase seguinte acabou caindo para o Atlético Nacional, que foi campeão.

Coudet deixou o Rosário em 2017, após uma passagem apagada no Tijuana, do México, ele assumiu o Racing no meio da temporada 2017/18 da Superliga.

ESQUEMA PREFERIDO E ESTILO

No Brasil tem se dito que seu esquema preferido é o 4-1-3-2. Todavia, Coudet é flexível como treinador. Ele se adapta aos jogadores que tem para decidir o sistema e trabalha com mais de uma variável tática, caso precise usar dois ou três mesmo no decorrer da partida. Portanto, enquanto esteve no Central, ele usou vários esquemas, começando no clássico 4-3-1-2 para o 4-1-4-1, ele também jogou no 4-2-3-1, 4-4-2 e 4-3 -2-1 (a “árvore de Natal” de Ancelotti), quando teve vários atacantes lesionados apostou em uma dupla com dois camisas 10. Entende que os jogos têm "momentos":

"Eu não gosto de jogar da mesma maneira o tempo todo. Jogar sempre igual não existe. Há momentos, gerenciamento de tempo. O ideal do time curto é real, diminuindo para trás ou para frente para que todos corram menos ”, descreve Chacho sobre seus gostos e formas.

Repita os movimentos nos treinos, mas sua idéia é fornecer a eles ferramentas para o jogador decidir, para não ter tudo resolvido: "o jogador também deve saber pensar e decidir" é outra de suas máximas. Ele não gosta do 4-3-3 sistematizado porque, sendo todo mecanizado, o adversário vê a jogada acontecer. Ele mostra os vídeos da equipe do rival, embora não excedam 20 minutos.

Como dito acima, seu modelo favorito é como o apresentado abaixo (imagem), mas não se prende meramente a esse tipo de conceito. As palavras de ordem para o treinador são: intensidade e pressão.

- A equipe de “Chacho” prioriza a manutenção da posse de bola e um estilo ofensivo, geralmente com dois pontas muito abertos, um meia jogando solto e dois atacantes de velocidade.

- Seu estilo de jogo e sua vocação para o futebol ofensivo renderam e ainda rendem comparações com o estilo de jogo de Marcelo Bielsa.

- No dia a dia é um técnico que gosta muito de trabalhar suas ideias de jogo em treinos. Suas sessões duram cerca de duas horas e são caracterizadas pela alta intensidade. Coudet também tem por característica trabalhar com jovens jogadores.

- Taticamente é um técnico que sempre monta suas equipes com uma linha de quatro jogadores na defesa, mas no setor ofensivo é um treinador flexível e não tem preferência por nenhum desenho tático. Mas sempre com algo em mente: jogar para frente.

RELAÇÃO COM OS JOGADORES

Acima de tudo, é exigente para que nos treinos trabalhem com a intensidade das partidas. Ele joga enquanto treina, transformado as atividades em um "treino de como se joga". É por isso que mais de uma vez, quando um jogador acusar algum desconforto, ele lhe passará para uma atividade diferenciada naquele dia: porque ele avalia o treinamento e precisa que todo jogador de futebol esteja cem por cento. A chave é o trabalho de toda a equipe técnica e, sobretudo, do professor Ernesto Colman. Chacho prefere que o jogador não treine para o requisito máximo de um ou dois dias, mas que quando ele junta o grupo, todos estejam no topo de seu potencial.

Isso alimenta a concorrência interna porque - quando é positiva, esclarece - aumenta o nível dos jogadores. Ele trabalha quase duas horas a partir das linhas táticas ou características específicas, mas não dá privilégios a ninguém. “Todo mundo tem que correr. O meia também precisa correr, assim como os outros três volantes. Pedirei para você fazer sombra na marcação? Não, sem sombra, é preciso marcar e recuperar ”, comentou em uma entrevista à LA NACION e acrescentou: “Se há algo que não dá certo é a atitude ”. E você pode ter preferências para esse ou aquele jogador, mas os melhores sempre vêm ao campo. Ele não se sente condicionado pela idade ou trajetória.

QUAL SEU ESTILO DE JOGO E MARCAÇÃO DEFENSIVA?

Não é um técnico que, necessariamente, gosta de sair jogando pelo chão. Não se importa em dar poucos passes para chegar até o gol adversário. Por isso, o seu “primeiro volante” precisa ter um bom passe e capacidade para inverter o jogo se necessário.

Quanto a linha de três meias. O atleta mais centralizado é quem “arma” a equipe, mas sem a necessidade de recuar tanto. Ao seu lado, dois jogadores que saibam atacar o espaço e, principalmente, pressionar o adversário em caso da perda de bola.

Por fim, quanto aos seus atacantes. No Racing, teve Lisandro López - um com maior capacidade de receber o jogo direto - enquanto Cristaldo ou Cvitanich variavam como atacantes que vem mais de trás para aproveitar estas jogadas. Sempre, claro, com a exigência de pressionar o portador da bola.

De maneira geral, as equipes de Coudet são propositivas sem, necessariamente, ter a posse de bola. Os ataques podem ser bastante diretos para o centroavante. Na fase defensiva, pressão o tempo inteiro no portador da bola para roubar o mais próximo do gol adversário.

COUDET COMO JOGADOR

Foi um meio-campo que marcou época no Rosario Central e no River Plate. Sua passagem pelos Millonarios inclusive lhe rendeu uma de suas maiores amizades no futebol: Andrés D’Alessandro, ídolo do Internacional.

O ex-volante começou sua carreira como jogador em 1993 pelo pequeno Platense, onde ficou até 1995, disputando 56 partidas e anotando 2 gols.

Em 1995, transferiu-se para o Rosário Central, onde se tornou ídolo. Pelo clube rosarino, teve três passagens. A primeira foi entre 1995 e 1998, a segunda em 2004 e a última passagem foi em 2006. No total, Chacho disputou 153 partidas, marcando 17 gols e sendo campeão da Copa Conmebol de 1995.

Pelo River, Coudet também teve ótima passagem e também está no hall de ídolos do clube Millonário, somando 179 partidas, 27 gols e 5 títulos nacionais, em: 99, 2000, 2002, 2003 e 2004.

TEMPO

Firmando um contrato com o Colorado até o fim de 2021, parece bastante claro que Coudet precisará de tempo, ao menos um ano, para impor minimamente seu estilo e se habituar ao contexto brasileiro e colorado. Seu início - tal qual no Tijuana, Racing e Rosário - certamente sofrerá com solavancos, mas o Internacional e sua torcida precisam entender que a implementação de um novo trabalho, além de um grupo em remodelação, exige tempo e nem sempre se encaixa instantaneamente. Ademais, Eduardo Coudet tem tudo para dar certo, se tiver todos do clube o apoiando e ajudando nos momentos mais complicados.

Fontes de pesquisa: @FootureFC / ESPN Brasil / La Nacion

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