
Quem acompanhou a minissérie do Netflix, "The English Game", pode notar - ainda que com alguns aspectos dramáticos - a enorme disparidade entre o estilo de jogo do esporte bretão entre as eras amadora e profissional. Como bem representado na produção de Julian Fellowes, o futebol na Inglaterra se assentou estritamente vinculado às universidades, ainda com fortes heranças do rúgbi, com traços que beiravam a violência. Mas essa brutalidade foi aos poucos sendo alterada graças a influência escocesa, que revolucionaria a tática do esporte. Dentre as inovações trazidas pelos vizinhos do extremo norte do Reino Unido, estavam o jogo coletivo sobrepondo-se à pura técnica – além de conceitos como ocupação de espaço e que quem corre é a bola, não o jogador. Assim, o 1-1-8, que hoje soa um absurdo, dava origem ao 2-3-5, muito mais próximo das formações atuais.
Nesse contexto e não muito diferente no Brasil, onde o esporte se popularizava décadas depois do Velho Continente, ocorria o primeiro jogo do Inter, precisamente no dia 18 de julho de 1909, no estádio do Grêmio (Baixada), após apenas três meses de fundação. Sem experiência suficiente mas com enorme coragem e petulância - elementos que marcariam a própria identidade do clube -, os "internacionalistas" sofreram a famosa derrota de 10 x 0 para o Grêmio (que jogava há mais de 6 anos), triunfo que até hoje é contado como grande feito pelas bandas do Humaitá. Todavia, é pouco ressaltado o fato de que quando o futebol verdadeiramente rumou ao profissionalismo, foi o Inter quem aplicou a maior goleada dos clássicos, dessa vez com chuteira e redes nas goleiras.
De acordo com os historiadores gaúchos, foi em meados de 1940 que ocorreu a profissionalização do futebol no estado. Com a divisão da FRGD, o campeonato passou a ser organizado pela sua sucessora específica, a Federação Rio-Grandense de Futebol (FRGF), que só na década de 1960 ganhou sua denominação atual de Federação Gaúcha de Futebol (FGF).
Até 1939, o Grêmio somava 5 títulos gaúchos e 18 citadinos, versus 2 gaúchos e 10 citadinos do Colorado (muitos deles divididos com dois campeões), que corria atrás por ter sido fundado mais tarde. Essa história, entretanto, mudaria drasticamente com a vinda do profissionalismo, quando o Inter conquista entre 1940 a 1950 9 estaduais contra apenas 2 do Grêmio: a gangorra havia sido invertida de uma vez por todas.
E foi nesse cenário de ascensão profissional, que o Rolo Compressor aplicou a histórica goleada de 7 a 0 no Grêmio, em 1948, na partida final do campeonato da cidade de Porto Alegre, jogando no campo do tricolor. Os 4 gols de Villalba, dois de Carlitos e um de Roberto, ainda são a maior goleada da história do Internacional sobre o rival, sendo que desde a profissionalização do futebol no RS, segue como a maior goleada em grenais.
Além disso, para quem desconhece a importância do Rolo na história alvirrubra, em 16 anos - entre 1938 (Gre-Nal 55) e 1954 (Gre-Nal 135), o Internacional aplicou 25 goleadas no rival - recorde praticamente inalcançável em relação a clássicos. Nesse ritmo, não demorou muito para as trés décadas amadoras anteriores fossem ultrapassada pelos vermelhos, quando em 1945 (Gre-Nal 89), o Inter passou o Grêmio em vitórias em clássicos, feito mantido até hoje.
Confira a matéria do jornal da época:
O 11 a 0 que foi sonegado aos colorados
O GreNal dos 11x0: De acordo com o livro "A História dos Grenais", o início da era do "Rolo Compressor" começou a ser marcado num grenal amistoso, válido pela "Taça Martel", disputado no dia 1 de novembro de 1938, o clássico de número 55. Seria a despedida do craque gremista Luiz Carvalho, e o jornal Correio do Povo daquele dia anunciava o "choque sensacional entre a técnica tricolor e o tradicional sangue colorado".
Em campo, os "diabos rubros" ganharam do rival por 11 a 0, o clássico no qual teria sido a maior goleada da história dos GreNais, porém por decisão do árbitro o jogo terminou 6x0 "o árbitro Álvaro da Silveira anulou cinco gols, alegando que dois haviam sido feitos com a mão e nos outros três os atacantes estavam impedidos." Ainda de acordo com o livro de David Coimbra, ao final do jogo houve um diálogo entre "o indignado presidente do Inter Ildo Meneghetti" e o árbitro, nos seguintes termos: "Por que anulaste tantos gols?" "Era muito gol para um grenal".
Assim, enquanto os gremistas se vangloriam por terem vencido o primeiro GreNal amador - que sequer havia redes nas goleiras e os jogadores jogavam descalços - o 5 a 0 deles recente, de 2015, mostra-se bastante inferior ao 7 a 0 sofrido em seus próprios domínios, com ambos os clubes em igual paridade e já profissionais.
Fontes de pesquisa Carlos Fraga / Blogspot inter-noticia-icmn05/12
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