Texto por Colaborador: Redação 04/12/2025 - 01:00

A derrota por 3 a 0 para o São Paulo, na noite desta quarta-feira, na Vila Belmiro, deixou o Inter à beira do rebaixamento e expôs, novamente, a fragilidade emocional e técnica da equipe. Após a partida, visivelmente abatido, o técnico Abel Braga analisou o desempenho colorado e reconheceu que o time vive um dos capítulos mais difíceis de sua história recente.

Ele falou em jogar contra o Bragantino, na última rodada, com "dignidade e honra", mesmo que a queda seja inevitável. "Já falei no vestiário e vou falar até domingo: honra. Não sei se será o último jogo de alguns jogadores com a camisa do Inter, mas será o último do Campeonato. Temos que ganhar", lamentou o técnico.

"Foi um jogo onde nota-se um jogo tenso pelos resultados anteriores de Inter e São Paulo. Até feio em alguns momentos. O São Paulo conseguiu uma performance superior à nossa."

Abel Braga também afirmou que, apesar da preparação ter sido positiva, o aspecto mental não foi o problema, ao menos, não antes de a bola rolar. "Sinceramente, eu falei antes do jogo que não iria falar do mental porque eu achava que não estava fraco. A preparação para o jogo foi muito boa. Agora, não dependemos mais da gente. Nos resta jogar pela honra, jogar pelo clube e pelos milhares de torcedores. É um momento de muita tristeza", disse.

O técnico descreveu ainda o sentimento de impotência diante das falhas que resultaram nos gols sofridos em sequência. "É uma situação constrangedora pela forma que sofremos os gols. Quando veio o primeiro, a gente pensa que pode ser ainda pior. Conseguimos conversar no intervalo, mas sofremos outro aos 2 minutos da etapa final", explicou.

Abel reconheceu que não há mais explicações capazes de confortar o torcedor, que vive a possibilidade real de ver o clube disputar a Série B pela segunda vez. "Não adianta tentar explicar. O torcedor não quer saber disso. Ele não queria viver isso e nem nós."

Em tom pessoal, o treinador reforçou que assumiu o desafio pelo vínculo afetivo com o clube e tomou para si a responsabilidade pelo momento. "Eu vim pelo coração. Se o Inter cair, vai cair com o Abel. Eu estou colocando a cara. Não esperava isso. Achava que iria contribuir mais. O astral melhorou muito desde o dia que cheguei. Eu tinha muita fé, uma expectativa boa, mas lamentavelmente não aconteceu", resignou-se.

Para seguir na Série A, o Inter precisa vencer o Bragantino no domingo e torcer por uma combinação improvável de resultados envolvendo seus concorrentes diretos. O treinador admite a dificuldade, mas cobra dignidade da equipe para a última rodada. "Depende de nós. Temos que ter uma atuação digna. Vai dar? Não sei. Não depende mais de nós. Tem que jogar pela honra. Depois, vai ser chamado de time sem vergonha. Mas nós temos que assumir juntos. Tínhamos que fazer melhor e não fizemos. A responsabilidade é minha", afirmou.

Abel encerrou lembrando que, independentemente do pouco tempo de trabalho, assume integralmente a responsabilidade pelo desempenho: "Não importa o tempo que estou aqui e nem o motivo que aceitei vir. Nós tínhamos que fazer mais e não fizemos. Então, a responsabilidade tem que ser minha."

Em declarações captadas pelo Vozes do Gigante, Abel complementou: "Prefiro acreditar que não vai acontecer [primeiro rebaixamento no Beira-Rio]. Quem tem que dar resposta são eles [os jogadores]. Me fizeram um convite e eu vim, sabendo que a responsabilidade é minha. Eles [jogadores] têm que nos proporcionar alguma coisa. Dignidade e honra."

"Eu gostaria que acontecesse neste jogo [de domingo] é a gente começar e fazer um gol. Fizemos com o Santos, massacrou e não fez segundo, terceiro. Que a coisa possa se reverter um pouquinho. O Inter é muito grande. Não fui atleta aqui, mas, como treinador, ele fez a minha vida. Tive mais condição como treinador do que como jogador. Devo ao Inter."

"Falei no vestiário e vou até domingo: honra. Não sei se alguns terão o último jogo com a camisa do Inter. Será o último do campeonato na nossa casa. Tomara que não aconteça nada. Tem como vencer o jogo. Fica a dor. Eu pensei que eu ia fazer mais neste jogo. Não consegui."

"O duelo nada mais é do que a vontade, a ambição. Vou para uma bola e vou ganhar. Tem que ir com mais vontade."

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