O relógio já marcava 90 minutos no Atanasio Girardot, e o empate sem gols diante do Unión Magdalena parecia inevitável. O clima nas arquibancadas, tomadas por mais de 30 mil torcedores do Atlético Nacional, era de frustração. O adversário, fiel ao seu estilo defensivo, tornava o jogo travado e pouco criativo. Mas quando tudo indicava mais uma tarde amarga, Dairon Asprilla surgiu como herói improvável. Em um salto preciso e uma cabeçada fulminante, ele decretou o 1 a 0 e arrancou uma vitória suada e merecida para o Verdolaga, próximo rival colorado pela Copa Libertadores.
Com uma formaçao mista, até aquele momento, o goleiro adversário era o grande nome do jogo. Com defesas impressionantes, especialmente no segundo tempo, transformou-se em uma verdadeira muralha para o Unión, que apostava todas as fichas na sobrevivência defensiva. Nenhuma bola passava: mãos, reflexo, corpo... tudo estava a serviço da resistência. Nem mesmo quando Kevin Viveros balançou as redes houve alívio — o VAR apontou impedimento e o placar seguiu intacto. Beltrán seguia intransponível.
O cenário não fugia do esperado. Alexis García, velho conhecido por sua proposta reativa e fechada, armou um Unión firme na defesa e perigoso nos contra-ataques. Nacional sentia as ausências de Andrés Román, Juan Manuel Zapata e Alfredo Morelos, e ainda contou com Camilo Cándido apenas na etapa final. A fluidez era comprometida. Mas o técnico Javier Gandolfi mexeu bem: na volta do intervalo, o time ganhou amplitude, coragem e presença ofensiva.
E foi justamente quando parecia não haver mais espaço para esperança que surgiu o momento decisivo. Dairon Asprilla, sempre incansável, acreditou. Subiu mais alto que todos e, com uma cabeçada seca e certeira, venceu finalmente o paredão Beltrán. Não houve reação possível. O estádio explodiu com um grito que misturava alívio e emoção — o gol da perseverança, da insistência, da fé até o último segundo.
Esse foi o sétimo gol de Asprilla com a camisa do Nacional e veio em grande estilo. Mais que os três pontos, o resultado ampliou a invencibilidade do clube em casa para 15 jogos e o manteve firme entre os líderes do campeonato, agora a apenas seis pontos da pontuação que garante vaga antecipada nos quadrangulares finais. Foi um jogo que reafirmou a identidade do time: quando parece que não dá mais, a esquadra colombiana encontra um jeito.
Agora, a equipe vira a chave para a Copa Libertadores. Nesta quinta-feira, encara o Internacional, em Porto Alegre, às 19h, embalado pela goleada por 3 a 0 sobre o Nacional do Uruguai na estreia, mas ciente que as dificuldades na capital gaúcha serão outras.