Texto por Colaborador: Redação 31/05/2025 - 03:50

Em meio às discussões sobre as restrições à publicidade de casas de apostas, aprovadas no Senado, o presidente do Internacional, Alessandro Barcellos, manifestou forte preocupação com os impactos financeiros para os clubes brasileiros. Após a vitória sobre o Bahia no Beira-Rio, o dirigente classificou como “prejuízo financeiro gigante” a possível perda de receitas, caso as novas regras entrem em vigor.

A apreensão é compartilhada por outros clubes da Série A, que divulgaram uma nota conjunta estimando perdas de até R$ 1,6 bilhão por ano. Grêmio e Inter, por exemplo, têm contrato com a Alfa Bet, atual patrocinadora máster de ambos.

Barcellos destacou que o ponto mais crítico envolve contratos de longo prazo já firmados com empresas do setor:

— São contratos de três, quatro ou cinco anos. É um impacto muito grande para esta atividade, afirmou o dirigente, ao defender uma mobilização para dialogar com o Congresso e o Executivo.

Segundo ele, os clubes estão articulando uma agenda institucional com a Câmara, o Senado e o governo federal para buscar ajustes na proposta:

— É preciso encontrar um caminho que garanta controle e responsabilidade, mas sem inviabilizar os contratos e os investimentos que já foram feitos, explicou.

Barcellos também lembrou que o mercado de apostas foi recentemente regulamentado no país, com exigências fiscais e de responsabilidade, e que agora precisa de "um mínimo de estabilidade" para seguir contribuindo financeiramente com o futebol.

— Temos que trabalhar para que haja regulamentação, sim, mas que não traga um grande prejuízo ao setor e ao esporte, concluiu.

Entenda o projeto de lei
O texto, que agora segue para a análise da Câmara dos Deputados, impõe uma série de restrições à publicidade de bets no Brasil. Entre os principais pontos estão:

Proibição de anúncios com atletas, artistas, influenciadores ou autoridades em atividade. Ex-atletas só poderão participar cinco anos após a aposentadoria.

Restrições de horário para veiculação em TV, rádio e transmissões ao vivo.

Proibição total de publicidade durante as partidas.

Vedação de conteúdo que sugira as apostas como solução financeira ou fonte de renda.

Proibição de linguagem sexista e direcionamento ao público infantil.

Obrigatoriedade de avisos claros sobre os riscos de dependência nas peças publicitárias.

Proibição de patrocínio a árbitros e membros da arbitragem.

Limitação da exposição de marcas de apostas a apenas o logo, sem outros elementos.

Clubes reagem
Na nota conjunta, os clubes classificam as medidas como uma “proibição disfarçada”, capaz de inviabilizar boa parte dos atuais contratos de patrocínio. Além da preocupação com a perda imediata de receitas, os dirigentes também apontam riscos de insegurança jurídica, já que muitos acordos foram assinados tendo como base a legislação vigente sobre o tema.

A mobilização agora se concentra em tentar alterar o projeto na Câmara, buscando regras que permitam a continuidade dos contratos, mas com equilíbrio entre responsabilidade social, prevenção de danos e sustentabilidade financeira do futebol.

 

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