Alessandro Barcellos, presidente colorado, avaliou positivamente as resoluções tomadas pelo Conselho Técnico da Série A e pela CBF, na segunda-feira, no Rio de Janeiro. O dirigente considerou as medidas como a "solução possível" dentro do apertado calendário do futebol brasileiro, destacando a importância da "construção de consenso" entre os presidentes dos clubes.
“Foi a solução viável dentro do nosso calendário. Em relação aos clubes do sul, pedimos apoio institucional para as demandas já apresentadas ao Governo Federal e a ajuda da CBF com custos operacionais, já que teremos que jogar nossas partidas longe de casa”, disse Barcellos ao ge.
Os clubes aprovaram, de forma unânime, a flexibilização da norma que impedia a inversão dos mandos de campo para as equipes gaúchas. Essa solução foi sugerida para facilitar a logística e reduzir o desequilíbrio técnico da competição.
Para confirmar as inversões, é necessário que os clubes envolvidos entrem em acordo mútuo, além da aprovação da CBF. Questões como segurança, televisionamento e a impossibilidade de realizar dois jogos na mesma localidade serão consideradas antes de oficializar as mudanças.
“O que foi aprovado hoje foi a flexibilização da norma, que anteriormente não permitia a inversão de mandos de campo. Foi uma aprovação unânime. Os clubes que desejarem inverter o mando precisam estar de acordo entre si. Não basta apenas o Inter querer. Vimos manifestações de vários presidentes favoráveis a isso, o que pode facilitar o processo. No caso do Inter, com 90 dias sem o Beira-Rio, há uma quantidade de jogos que podem ser invertidos”, explicou Barcellos.
Barcellos também enfatizou a importância do espírito de consenso na reunião, que ajudará a enfrentar outros desafios, como a infraestrutura necessária para que os clubes possam chegar ao Rio Grande do Sul. “A inversão do mando pode ser uma solução, considerando que algumas viagens podem incluir longos deslocamentos dentro do estado”, acrescentou.
Agora, o Inter está intensificando os estudos para determinar os locais onde mandará os jogos do Brasileirão, Sul-Americana e Copa do Brasil. Nos próximos três jogos "em casa", o time gaúcho enfrentará Belgrano, Delfín e São Paulo em Barueri, Caxias do Sul e Criciúma, respectivamente.
A expectativa mais otimista é ter o Beira-Rio disponível em 60 dias, enquanto a previsão realista aponta para 90 dias. Existe a possibilidade de utilizar o campo para jogos mesmo antes da recuperação total do estádio. O replantio da grama de inverno ocorrerá nesta semana, com previsão de estar em condições de jogo em 45 dias.
“Estamos avaliando não só a questão do mando de campo com nossa torcida, mas também a logística. Com jogos a cada três dias e deslocamentos complicados sem uma malha aérea adequada, o estudo do Inter dependia dessa reunião para entender quais datas seriam utilizadas. Agora, temos outras possibilidades para trabalhar e começar a definir onde mandaremos os jogos até que o Beira-Rio esteja disponível”, argumentou Barcellos.
O presidente colorado também aprovou a decisão de usar as datas FIFA para recuperar jogos atrasados, mas destacou que as equipes eliminadas das competições nacionais e internacionais terão outras datas para reequilibrar seus calendários.
Barcellos deixou a reunião do Conselho Técnico da Série A com uma sacola cheia de bolas de futebol, cedidas pela entidade. O clube perdeu quase todo o seu equipamento de treinamento e uniformes oficiais durante as enchentes que atingiram o CT Parque Gigante e o complexo do Beira-Rio.