Texto por Colaborador: Redação 08/03/2023 - 11:31

Em participação no podcast Dinheiro em Jogo, o presidente Colorado Alessandro Barcellos criticou o período de transição defendido pelo Flamengo, que se beneficiaria por cinco anos de desigualdade nos direitos de TV.

Enquanto o Forte Futebol defende a adoção de modelo de distribuição que reduz a diferença entre quem arrecada mais e menos, o da Libra mantém o privilégio de alguns clubes – como Flamengo e Corinthians, que levam vantagem sobre os demais no sistema atual. Confira os principais trechos. (Via ge.com)

DECLARAÇÕES:

Como começou a divergência entre dirigentes? "Em 2021, um ano ainda com enfrentamento de pandemia, começamos a avançar no sentido de fazer no Brasil aquilo que já é feito nos países com grande potencial de futebol, que é a formação de uma liga. E os clubes sentaram então em torno de uma mesa, tivemos reuniões amplas, com a presença de 40 clubes, ouvimos especialistas, e chegamos a um debate central. Naquele momento, se deu preferência pelo debate sobre os direitos de transmissão, tendo em vista que o contrato se encerra em 2024 e já havia ali, em 2022, principalmente, um movimento olhando para a antecedência desses ciclos de televisão. Resolvemos nos debruçar um pouco mais sobre esse tema e começamos a trazer para a mesa elementos importantes, que fazem várias ligas no mundo ter sucesso. Ainda é uma caminhada de muita diferença, seja na governança, seja no aspecto financeiro. Ali nós começamos a ter uma certa divergência em dois blocos, eu diria, sobre esses aspectos."

Qual foi o racional do Internacional para entrar no Forte Futebol? "Desde o início, fui muito claro que o nosso interesse era uma liga unificada, de 40 clubes, e que naquele momento a gente não via diferenças intransponíveis. Eu conversei com diversos presidentes do lado da Libra, do lado do Forte. Infelizmente, o que a gente pôde ver é que tinha muito discurso e pouco racional. Muito discurso e pouco número, pouco estudo, pouca qualidade naquilo que é uma decisão fundamental. Era muita apresentação com texto e pouca planilha com análise de cenários e números. A gente foi sentindo que, quando aprofundava um pouco mais, ficava mais gritante os privilégios de alguns para um lado e a busca por equilíbrio do outro. Isso foi fundamental para a gente tomar uma decisão de acompanhar o Forte naquele momento e reforçar a busca por apoio, fundamentado em empresas e assessorias que contribuam e entendam desse mercado.

O que precisa acontecer para convergir? "Isso avança exatamente porque a Forte se consolidou com uma proposta bastante firme, com princípios de muita convicção, muita unidade nesses 26 clubes, que nesse período foram muito assediados nos aspectos econômicos ou até mesmo políticos. Eles se mantiveram juntos. Isso ajudou a que pudéssemos ter um olhar mais aprofundado para aqueles clubes que não estão no topo das receitas, que estão de forma intermediária, como é o caso do Internacional, que há um espaço importante para debater o futuro. Nosso posicionamento ajudou muito. A gente está torcendo para que isso aconteça, estamos abertos a esse diálogo, mas ele precisa acontecer de forma real, transparente. Estamos com os nossos modelos abertos para que a gente possa apresentá-los e temos certeza de que, em qualquer cenário que hoje a gente faça, dentro dos critérios que estabelecemos, a diferença no limite de 3,5 seria interessante.

"Agora, você precisa garantir que esse limite aconteça em qualquer cenário. Você não pode ter um cenário ideal e um provável. Tem que ser o pior cenário, para que no melhor cenário a divisão seja ainda melhor. Fazer um modelo de transição que você carrega uma distorção que tem fim, com data e hora marcada para acabar, diferença de mínimo garantido no pay-per-view... Tem equipes que arrecadam 170 milhões, o Internacional arrecada 19 milhões. Isso é uma diferença que, se for mantida por mais anos, significa uma diferença brutal no produto que teve mudanças em sua característica, com a Lei do Mandante, e que significa receitas diferentes. Para clubes que faturam R$ 1 bilhão, isso significa menos. Para clubes como o Internacional, muito mais. Tem muita coisa que precisa ser trata de forma transparente para que a gente tenha a convicção de que é possível."

Do lado do Forte Futebol, ou é como vocês estão propondo e não tem conversa, ou há um meio do caminho para ceder aqui, acertar ali? "Sou um cara otimista, acredito que a gente possa achar uma solução. Mas com o passar do tempo nesse processo eu fui ficando bastante cético de que isso seja possível, não pela matemática, pela fórmula, mas pelo desejo de fato de se pensar muito mais num produto de médio e longo prazo que o bolo aumenta, a competitividade aumenta e todos ganham, do que num jogo de risco iminente, pagar para ver, “tenho mais força, mais audiência e não vou abrir mão”. Faz parte do processo de negociação e amadurecimento, para ver até que ponto os investidores e o mercado reagem. Hoje temos propostas maiores, inclusive, do ponto de vista de valor, e proposta também que sustenta uma venda de direitos mesmo que parcial nos 40 clubes. Temos convicção que não estamos inventando algo novo ou impossível."

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