Texto por Colaborador: Redação 06/12/2025 - 02:12

Alessandro Barcellos sabe que está no olho do furacão. O presidente do Internacional reconhece que a pressão sobre sua gestão atingiu níveis críticos após a derrota por 3 a 0 para o São Paulo, na Vila Belmiro, que praticamente selou o destino do Colorado rumo à Série B. Mas não pretende abandonar o cargo, revelou o jornalista Fabrício Falkowski, no Correio do Povo.

Ainda em Santos, logo após a partida desastrosa, o mandatário conversou com pessoas próximas e deixou claro seu posicionamento: "pagará o preço" se o rebaixamento vier, porém quer completar 2026, seu sexto e último ano à frente do clube. A ideia, segundo ele, seria comandar o retorno do Inter à elite do futebol brasileiro.

A declaração contrasta com o clima político cada vez mais hostil que toma conta do Beira-Rio. O que começou como rumores discretos em conversas reservadas transformou-se em articulação concreta entre conselheiros e virou clamor nas redes sociais.

Bastidores políticos já se movimentam

Diversos membros do Conselho Deliberativo já procuraram assessoria jurídica para entender os mecanismos estatutários que permitiriam afastar não apenas Barcellos, mas todo o Conselho de Gestão. As consultas informais indicam que existe, sim, um movimento organizado, ainda que embrionário, para promover mudanças no comando do clube.

Entre a torcida, principalmente nas plataformas digitais, o discurso é direto: caso o rebaixamento se confirme domingo, a permanência de Barcellos seria inviável. A pressão popular pode ser o gatilho para acelerar processos que, no momento, ainda são apenas especulação nos corredores.

Como seria possível tirar Barcellos do cargo

O estatuto colorado oferece cinco caminhos para a saída antecipada de um presidente. O primeiro, e mais óbvio, é a renúncia voluntária — hipótese que Barcellos já descartou publicamente.

Os outros três envolvem situações graves: gestão temerária ou fraudulenta, desrespeito flagrante ao estatuto ou improbidade administrativa. Pelo menos por enquanto, nenhuma dessas acusações formais recai sobre o atual mandatário ou seus vice-presidentes.

Mas há uma quinta via que pode se tornar viável rapidamente. Qualquer sócio tem o direito de protocolar pedido de afastamento, desde que apresente assinaturas de 1/25 dos eleitores da última eleição presidencial — algo em torno de mil nomes. Com esse respaldo, o Conselho Deliberativo é obrigado a analisar o pleito e pode convocar assembleia geral extraordinária.

Nessa assembleia, os associados votariam diretamente: mantêm ou derrubam o Conselho de Gestão. Se a decisão for pelo afastamento, o próprio Conselho Deliberativo escolhe, internamente, quem assumirá a presidência em caráter provisório até dezembro de 2026, quando a eleição regular acontecerá normalmente. Vale lembrar que Barcellos, no segundo mandato, não poderia se candidatar novamente de qualquer forma.

O jogo contra o Bragantino não decidirá apenas se o Inter permanece na Série A. Decidirá também o futuro político imediato da instituição. Conselheiros já deixaram claro: caso a queda seja confirmada, o tema do afastamento de Barcellos migrará dos grupos de WhatsApp para o centro do debate institucional.

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