Texto por Colaborador: Redação 03/10/2025 - 03:00

A temporada 2025 ainda está em andamento, mas a sucessão de Alessandro Barcellos já começou a ser discutida nos corredores do Internacional. Embora a eleição presidencial só ocorra no final de 2026, a fragilidade política do atual mandatário acelera movimentações em diferentes frentes do clube gaúcho, revelou o Correio do Povo.

Os resultados ruins em campo e o descumprimento de promessas de reorganização institucional corroem o suporte político de Barcellos. Paralelamente, grupos de oposição que o confrontam desde 2021 ainda não definiram projeto próprio nem candidato capaz de unificar forças contra a gestão atual.

## Admissão de fraqueza política

Em conversas reservadas, Barcellos reconheceu ter pouco ou nenhum capital político para indicar sucessor. O presidente tem buscado diálogo com antigos caciques colorados, incluindo ex-presidentes, na tentativa de encontrar nome "capaz de unir o Inter".

O mandatário argumenta, com fundamento, que disputas políticas fratricidas enfraquecem ainda mais um clube já em situação delicada. A dívida se aproxima de R$ 1 bilhão enquanto resultados esportivos decepcionam.

## Rachaduras na base de sustentação

As dissidências crescem dentro dos quatro movimentos políticos que sustentam Barcellos há cinco anos. Desiludidos com os rumos dentro e fora de campo, muitos retiraram apoio ao presidente.

Sinal claro dessa erosão foi o baixo quórum na reunião do Conselho Deliberativo que aprovou suplementação orçamentária na última segunda-feira, prevendo aumento de gastos com futebol. Conselheiros de três movimentos com cargos na diretoria preferiram não comparecer, evitando votar contra a medida.

A tendência aponta para debandada generalizada ao final da temporada caso não haja reviravolta até dezembro, deixando Barcellos ainda mais isolado. Pelo menos um vice-presidente já colocou seu nome à disposição de seu movimento para disputar 2026 - como candidato de oposição à gestão atual.

## Oposição também dividida

Do outro lado, movimentos que lideraram o clube na época dos grandes títulos e da reforma do Beira-Rio permanecem fragmentados. Ainda buscam nome capaz de conquistar simpatia dos associados e, principalmente, votos na eleição.

Também procuram projeto que supere dificuldades financeiras sem abrir mão de futebol competitivo - tarefa complexa no novo cenário do futebol brasileiro, dividido entre muito ricos (Flamengo e Palmeiras), SAFs e demais clubes lutando pela dignidade.

O panorama imediato do Internacional aponta para dificuldades dentro e fora de campo. Dividido por disputas políticas internas, o clube terá obstáculos ainda maiores para superar a crise atual e construir projeto vencedor para os próximos anos.

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