Giovane Zanardo, CEO do Internacional, falou na quarta-feira (1) ao programa Guaíba Esportes, da Rádio Guaíba, de Porto Alegre. Detalhando diversas questões relacionadas ao orçamento - já aprovado pelo Conselho Deliberativo - de 2023, o profissional colorado também explicou as ações que foram tomadas referentes ao valor recebido da Liga Forte União, e como isto possibilitou um ajuste no fluxo de caixa, além de ações que estão sendo feitas em conjunto como o aumento de receitas e manutenção das desespeas. Confira um compilado do que foi dito:
Contas aprovadas no Conselho e valor extraordinário da LFF: "Obviamente nos deixa muito feliz em termos de gestão atingir um resultado que é importante sobre diversos aspectos, não só pelo maior superavit da história do clube, mas ele também é o maior faturamento da história, também é a maior geração de caixa da história, de R$ 297 milhões. A gente sinalizou um ano com crescimento em diversas receitas em relação a 2022 de quase 20 milhões nas receitas comerciais, de aproximadamente 15 milhões nas receitas sociais, além obviamente receita incremental também de TV. E a gente teve do outro lado, no lado dos custos e despesas, um comportamento em linha com o orçamento, ou seja, embora os valores sejam um pouquinhos maiores (custos, nota do editor), em torno ao equivalente a inflação de 2022, ainda assim em absolutamente em linha custos e despesas com o que havíamos previsto. E se considerarmos antes da pandemia, e fizermos uma atualização pela inflação dos dias de hoje, a gente vai ver que tem em termo de custos e despesas de 20% menor, o que significa uma economia muito grande para o clube. E mais do que isso e que acho importante - que traz um recado e sinalização muito positiva para o futuro do SCI - foi a consolidação de três anos de superavit. Faz muito tempo que em três anos consecutivos o Internacional teve um superavit. Isso então eu acho que mostra uma tendência, quando a gente olha o conjunto de dados, olha um crescimento de receita, redução de custos e despesas e uma consolidação de equilíbrio financeiro com geração de superavit e de caixa, nos últmos 3 anos foram quase 500 milhões em gerações de caixa, a gente mostra uma tendência de futuro para o SCI em linha com o que a gente sempre teve de preocupação, que é manter também um clube sustentável economicamente."
Sobre o balanço financeiro do Inter em 2023: "A gente teve um evento, que foi extraordinário esse ano, que foi da venda dos direito de participação da Liga, e que obviamente fez com que a receita pudesse atingir um patamar histórico do clube. Mas isso foi importante porque fez com que tivéssemos a opção de gerir de maneira diferente os ativos do clube. Historicamente no SCI é dito que precisamos vender pelo menos um jogador para que as contas fechem. E quando tu tem uma alternativa de receita que te possibilita fazer uma melhor gestão dos ativos, obviamente que você tem uma sinalização de futuro econômico melhor. Ouvi algumas pessoas comentando que se o SCI não tivesse a receita da Liga, teria outro resultado, óbvio que sim, no entanto é importante que se diga que essa receita da Liga nos permitiu duas coisas: primeiro de seguir a direção do Conselho de Gestão para o pagamento de dívidas, isso foi feito. E segundo, permitiu que pudéssemos fazer uma melhor gestão de nossos ativos. Então aquela necessidade premente da venda do clube ela ficou diminuída, uma vez que a pressão sobre o nosso fluxo de caixa foi menor. Então o que tivemos de venda de atletas foi bastante menor do que tivemos em 2022, já que tivemos a oportunidade de fazer uma melhor gestão de ativos, e obviamente, vender esse ativo somente quando tivermos que vender e em um patamar de valorização que consideramos adequado para o clube. Te respondendo efetivamente, acho que temos uma boa sinização, as tendências são de crescimento nas receitas, de marketing, sociais, por exemplo o sócio, o torcedor tem sido extremamente importante, isso foi um outro indicador que foi extremamente relevante em 2023. Nós finalizamos com quase 125 mil sócios ano passado, isso é praticamente a maior quantidade de sócios em um final de ano do SCI, o recorde histórico era de aproximaadmente 107 na final da Copa do Brasil de 2009. E já no início deste ano a gente teve uma resposta e tem tido uma resposta da torcida extremamente positiva. Então temos uma sinalização extremamente positiva, de crescimento de receitas e vamos continuar com nossa preocupação para que as receitas cresçam e as despesas em um patamar menor, e que a gente continue tendo um resultado que permita ao clube ser sustentável economicamente.
Se não tivesse o aporte da Liga o Inter fecharia com superavit em 2023?: "Poderia fechar sim. Ocorre que quando a gente simplesmente faz uma conta matemática de tirar os valores da Liga, de aproximadamente R$ 218 milhões, obviamente eu tenho uma tendência de resultado negativo, todavia, a gente não pode enviesar a questão e justamente é importante essa pergunta para poder explicar isso. Acontece que se não tivesse o aporte da LFF, a gestão do clube também seria outra. Mas como falei antes, isso permitiu que gerássemos os ativos com preços e valores que o SCI entenda como adequado, e não uma venda que tenha que ser realizada por qualquer preço... Então diria que sim (teríamos também superavit, nota do ed.), já que poderíamos ter outra postura na negociação de atletas, mas o clube também fecharia o ano de 2023 sendo superavitário".