Texto por Colaborador: Redação 20/05/2025 - 04:00

Diante da confirmação de Samir Xaud como único nome na disputa pela presidência da CBF, os clubes das Séries A e B se mobilizaram para cobrar mudanças profundas na estrutura da entidade. Por meio de nota divulgada pela Liga Forte Futebol (LFU), eles apresentaram uma lista com oito exigências que vão desde alterações no estatuto até a criação de uma liga nacional de clubes.

Xaud, atual presidente da Federação Roraimense de Futebol, recebeu apoio de apenas 10 dos 40 clubes com direito a voto, mas garantiu a adesão de 25 das 27 federações — o que, pelo modelo eleitoral atual, é suficiente para ser aclamado presidente no próximo domingo (25), às 10h30, na sede da CBF, no Rio de Janeiro.

Entre os pedidos dos clubes estão:

Revisão do processo eleitoral, com novo peso dos votos;

Participação obrigatória dos clubes em todas as Assembleias Gerais;

Compromisso com a criação da Liga e reconhecimento de que os direitos comerciais das Séries A e B pertencem aos clubes;

Reformulação das regras de governança, ampliando os poderes da Comissão Nacional de Clubes;

Profissionalização da arbitragem, com dedicação exclusiva e capacitação contínua;

Definição do calendário 2026-2030 em conjunto com Libra, LFU e CBF;

Apoio financeiro reforçado às Séries B, C e D, além do futebol feminino;

Estabelecimento de regras claras de Fair Play Financeiro.

Apesar do apoio massivo dos clubes a Reinaldo Carneiro Bastos, ex-presidente da FPF, ele não conseguiu reunir as assinaturas mínimas para registrar uma chapa. Das 40 agremiações do colégio eleitoral, 29 o apoiavam — o Athletic permaneceu neutro. Porém, o regulamento exige o aval de pelo menos oito federações estaduais e cinco clubes para que um candidato entre na disputa.

O sistema eleitoral da CBF dá peso 3 para as federações, peso 2 para clubes da Série A e peso 1 para os da Série B — o que, na prática, enfraquece a voz dos clubes no processo de escolha.

Insatisfação entre os clubes

O presidente do Fortaleza e da LFU, Marcelo Paz, esteve na CBF nesta segunda-feira com outros dirigentes e expressou a frustração com o processo eleitoral acelerado e a baixa representatividade dos clubes na eleição.

“75% dos clubes queriam participar do pleito, mas nem puderam disputar. O modelo atual não permite que a vontade dos clubes prevaleça”, criticou Paz. “Nosso problema não é com o nome do candidato, mas com o processo em si.”

O presidente do Internacional, Alessandro Barcellos, também se posicionou firmemente em defesa de uma revisão do sistema. “São os clubes que têm torcedores. Não existe torcedor de federação. É por isso que exigimos mais protagonismo”, afirmou. Segundo ele, a atual cláusula de barreira e o peso dos votos precisam ser revistos para que a Série A, a Série B e, por consequência, todos os clubes do país possam participar de forma justa da condução do futebol brasileiro.

Mesmo sem apoio de clubes, Samir Xaud tem eleição praticamente garantida graças às federações — o que reacende o debate sobre representatividade e governança na entidade máxima do futebol nacional.

Via GE

Categorias

Ver todas categorias

Carbonero vale o investimento de R$22 milhões?

Sim

Votar

Não

Votar

75 pessoas já votaram