Texto por Colaborador: Redação 17/05/2025 - 02:30

O Fair Play Financeiro foi o grande destaque do II Simpósio de Direito Desportivo promovido pelo Fluminense, que teve seu encerramento nesta sexta-feira (16), no Salão Nobre das Laranjeiras. Reunindo dirigentes influentes do futebol nacional, o painel final do evento colocou em pauta uma das discussões mais urgentes para o futuro da gestão esportiva no país.

Participaram do debate Mário Bittencourt (presidente do Fluminense), Alessandro Barcellos (Internacional), Luiz Eduardo Baptista (Flamengo) e Marcelo Paz (CEO do Fortaleza), com mediação do jornalista Carlos Eduardo Mansur.

“Não pagou, não joga”: proposta de Mário Bittencourt para reequilibrar o futebol

Durante o painel, o presidente do Fluminense propôs uma solução direta para enfrentar o descontrole financeiro nos clubes brasileiros: impedir que jogadores entrem em campo enquanto seus pagamentos não forem quitados.

“A FIFA já monitora os pagamentos. Mas temos uma saída simples: se não pagou, não joga. Comprou e não pagou, o jogador não entra em campo. É só notificar por e-mail. Isso devolve o equilíbrio à competição sem precisar aplicar transferban”, afirmou Bittencourt.

A proposta ganhou força diante de um exemplo concreto: o Corinthians foi citado pelos dirigentes por contratar diversos atletas na janela de 2024, mesmo sem honrar compromissos financeiros, e ainda assim se classificou para a Pré-Libertadores.

Alessandro Barcellos cobra autoridade para fiscalizar regras

O presidente do Internacional apoiou a ideia, mas levantou um ponto-chave: quem será responsável por fiscalizar e aplicar esse controle?

“Concordo com as propostas, mas precisamos definir quem vai controlar isso. Será a CBF? Vamos construir uma liga com força para aplicar o fair play? Essa regulação não pode ser um obstáculo ao crescimento dos clubes, mas precisa ser justa e abrangente. Nós temos dívidas de atletas que nem fazem mais parte do elenco. Precisamos de uma estrutura confiável”, disse Barcellos.

Mesmo dividindo o palco com Luiz Eduardo Baptista, presidente do Flamengo — clube com o qual o Inter ainda tem uma dívida relativa à contratação de Thiago Maia —, Barcellos ressaltou a necessidade de diálogo e união entre os dirigentes.

“As circunstâncias mudam. O Inter de hoje pode ser o Flamengo de ontem, e o Flamengo de hoje pode ser o Inter amanhã. Precisamos pensar juntos em soluções que fortaleçam o futebol brasileiro em todas as frentes”, completou.

SAFs também são alvo de críticas

O presidente do Flamengo, conhecido como Bap, aproveitou o debate para questionar a atuação das SAFs (Sociedades Anônimas do Futebol) no país. Sem citar nomes, ele afirmou que alguns clubes-empresa não estão cumprindo com suas obrigações financeiras.

“A proposta do Mário é excelente, direta e fácil de implementar. Mas no futuro, precisamos ir além: quem não pagar deve perder pontos. Hoje, há SAFs de clubes grandes que simplesmente não pagam ninguém. Sem punição, não haverá solução”, disparou Bap.

 

 

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