Texto por Colaborador: Redação 05/09/2025 - 01:38

A sobrecarga de jogos no futebol brasileiro pode ter solução sem prejudicar os Campeonatos Estaduais. Essa é a visão de Gabriel Lima, que comanda o condomínio da Liga Forte União (LFU), apresentada durante a Confut Sudamericana no Pacaembu paulista.

Lima aposta em reformulações na Copa do Brasil como caminho principal para diminuir o número de partidas. Sua proposta envolve permitir que clubes da elite nacional entrem mais tarde na competição, liberando datas no calendário apertado.

Outra frente de atuação seria junto à Conmebol, buscando ajustes nas fases iniciais da Libertadores e Sul-Americana. A ideia é garantir classificação direta dos times brasileiros para a fase de grupos, eliminando rodadas preliminares.

"Prefiro negociar com a Conmebol sobre as datas das copas continentais a interferir nos Estaduais. Existem maneiras mais inteligentes de organizar nosso calendário", explicou o dirigente.

## Regionalismo como prioridade

Diferente de vozes que pedem o fim dos torneios estaduais, Lima enxerga valor estratégico nessas competições. Para ele, os campeonatos regionais sustentam financeiramente equipes menores e funcionam como laboratório para descoberta de novos talentos.

O executivo considera fundamental manter o aspecto regional do futebol nacional. "Os Estaduais têm relevância no nosso ecossistema. Ao invés de acabar com eles, deveríamos fortalecer ainda mais essa característica regional", argumentou.

## Fusão das ligas em andamento

As tratativas para unir LFU e Liga do Futebol Brasileiro (Libra) seguem avançando, segundo Lima. Os 40 clubes das duas primeiras divisões trabalham num memorando de entendimento como passo inicial para a fusão.

O dirigente reconhece a complexidade histórica dessa união, mas demonstra otimismo: "Estamos progressivamente mais próximos. Mantemos diálogo constante e chegaremos a um consenso".

A futura liga unificada pretende padronizar governança, repartição de receitas e formato competitivo, embora ainda não exista formalização do acordo.

## Evolução necessária na legislação SAF

Com experiência como CEO em SAFs do Cruzeiro e Coritiba, Lima identifica pontos de melhoria na atual legislação. O modelo das Sociedades Anônimas do Futebol necessita ajustes para maior segurança jurídica.

"O legislador intencionalmente deixou algumas questões para resolução no ambiente jurídico. Hoje, com mais de 100 SAFs no país, temos experiência suficiente para aperfeiçoar a lei", avaliou.

As vivências práticas dos clubes pioneiros criaram precedentes que podem orientar futuras modificações legais, tornando o marco regulatório mais claro.

## Controle financeiro em discussão

Lima defende a adoção gradual de Fair Play Financeiro no Brasil, tema sob análise de grupo de trabalho da CBF com participação de clubes e federações.

"Toda liga séria precisa dessas regras. O endividamento cresceu mesmo com receitas maiores, justamente pela ausência de controles que impeçam gastos excessivos", diagnosticou.

A implementação deve respeitar as diferentes realidades dos clubes: "Será uma transição cuidadosa, com prazos definidos. Não podemos partir do zero para regras rígidas imediatamente. Mas o futuro exige esse controle para o crescimento sustentável do futebol brasileiro".

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