Texto por Colaborador: Redação 12/04/2020 - 03:13

Segundo estudo da 'Pluri Consultoria' o calendário brasileiro afeta negativamente todos os clubes do país, independente de tradição ou capacidade financeira, principalmente quando o assunto é Estaduais. Responsáveis por um terço do ano do futebol nacional, os campeonatos estaduais deveriam gerar receitas significativas que, ao menos, justificassem o espaço que ocupam no concorrido calendário das equipes. No entanto, não é o visto quando comparado os impactos causados pelo excesso de jogos disputados à contrapartida financeira recebida pelos clubes.

A pesquisa aponta que existem poucos clubes profissionais no Brasil em relação a outros países. E estes clubes não conseguem ter um bom calendário, o que explica serem poucos, pois se torna inviável. Se equipes da séries A e B sofrem com a incompatível quantidade de jogos causada pelo calendário, que as obriga a também disputar competições estaduais, a maioria dos clubes de divisões inferiores atua em menos da metade do calendário útil do futebol. Segundo a 'Pluri Consultoria', os dados são alarmantes e apontam para a necessidade urgente de reestruturação.

De acordo com o estudo, a taxa média de utilização do calendário do futebol brasileiro em 2019 foi de 30% para os 645 clubes que disputaram, ao menos, uma competição profissional na temporada. Com isso, em média, os clubes brasileiros passaram 70% de seu período de atividade sem disputar uma única partida. Os estados que tiveram maior média de utilização do calendário foram São Paulo, com 41%, seguida por Rio de Janeiro e Pernambuco, cada uma com 38%. Bahia e Paraná completam a lista com 37% cada. Além disso, 18 das 27 unidades de federação tiveram taxa de utilização de calendário igual ou inferior a 30%. Incluem-se nessa lista estados de tradição como Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

Durante a análise, o estudo aponta que existe uma pequena elite de 44 clubes do futebol brasileiro, equivalente a 7% dos 645 clubes, formado em sua grande maioria por equipes das séries A e B, que ultrapassou a marca de 80% de utilização do calendário, patamar adequado para equipes de futebol profissional. Nesse grupo de elite há 11 equipes que disputaram mais de 65 partidas na temporada,número excessivo, que faz dos clubes brasileiros os que mais disputam partidas no mundo. Enquanto isso, 436 equipes profissionais em atividade no Brasil(68% do total) atuaram em, no máximo, 30% do calendário útil do futebol em 2019, o que significa cerca de apenas três meses de trabalho para muitos jogadores.

A equação poderia ser amenizada se o valor recebido pelos clubes justificasse os prejuízos técnicos que desvalorizam o produto. No entanto, os principais estaduais do País custam R$ 399,6 milhões para as detentoras de direitos de transmissão, valor inferior a 90 milhões de euros, a serem distribuídos entre todas as equipes.

Confira o estudo completo:

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