Segundo o próprio Eduardo Coudet, o River Plate recebe o Inter na próxima terça-feira como amplo favorito. Atual campeão argentino e com números bem superiores ao de seus rivais locais, a esquadra de Buenos Aires tem um quadro proporcionalmente inverso em relação ao próprio SCI, que vive anos de crise e com seca de títulos. Ainda assim, a disputa seguirá sendo XI contra XI, com o Colorado tendo, na prática, jogadores de calibre para pelo menos incomodar os argentinos. Nesse sentido, qual seria uma escalação ideal e o que não fazer para aumentar as chances gaúchas no Monumental de Nunez? Dois colorados de nossa equipe tentaram pensar nessa resposta... confira:
ALAN
O que não fazer em Buenos Aires? O Inter já fez praticamente tudo que não tinha que fazer em todo 2023, chegando com um trabalho de semanas, com problemas em todos os setores do clube, abalado em confiança e reforços desembarcando há dias. Ainda assim e tentando se agarrar em elementos para pelo menos lutarmos pela conquista da vaga, é preciso pensar em estratégia e uma formação mais forte e experiente possível: jogar para mais de 85 mil pessoas não é uma tarefa para amadores.
Recém chegado, Coudet mudou as únicas peças do time que davam conta do recado recentemente: Rômulo e John, o que não necessariamente é um erro mas um risco desnecessário. Mesmo que não sejam atletas de nível inquestionável, me parece contraproducente tirá-los para recomeçar totalmente do zero tendo em vista o pouco tempo de trabalho. Por isso, eu manteria ao menos Rômulo protegendo a defesa (por sua maior capacidade de marcação), coisa que fez com primor. No meio, De Pena é uma caricatura de jogador e não pode ser escalado em hipótese alguma em Baires, dada sua baixa competividade e rendimento físico além de individual. Como Johnny tem atuando bem com Chacho, deixaria Bruno Henrique para a etapa final, tentando amorcegar o jogo ao lado de Aranguiz e tendo uma equipe formada com Rochet, Bustos, Vitão, Mercado, Renê, Rômulo, Aranguiz, Johnny, Alan Patrick, Pedro Henrique e Enner Valencia. Como Maurício não deve estar 100%, o traria para o segundo tempo e sobretudo para o jogo de volta no Beira-Rio. No ataque, Wanderson precisa ser sacado para uma peça mais "atacante" como PH visando incomodar a lenta defesa de Demichelis, enquanto Enner Valencia precisa de mobilidade ao seu lado para não passar novamente isolado, como tem sido regra desde que chegou (e assim era com Luiz Adriano ou Alemão). Já Alan Patrick - no meu ver é um erro postá-lo tão à frente - deveria flutuar nos espaços atrás dos volantes e laterais, mas com plena liberdade.
A nível de estratégia me preocupou o que vimos no segundo tempo contra o Cuiabá. Coudet jogou totalmente qualquer resguardo e inteligência defensiva para o alto ao deixar uma formação kamikaze com 10 homens em campo. Mesmo tendo excelente ideias - o que comprovamos na prática no belíssimo primeiro tempo - é justamente essa falta de pragmatismo que poderá fazer o jogo desandar completamente. Como temos menos entrosamento, menos confiança, menos tudo, é preciso ao menos ter inteligência para os vários momentos do jogo, sendo essa passionalidade por vezes interessante mas em outras horas um verdadeiro tiro no pé. Por fim, parece óbvio que o Inter precisará jogar 90 minutos no Monumental e não somente 45. Assim, é tentar controlar o jogo o máximo possível e sem deixar as alas expostas em demasia para o mano a mano, já que o River utiliza muito bem essas jogadas. Marcar os volantes/meias - que costumam lançar essas bolas - e De La Cruz de maneira sempre aproximada será fundamental. Ademais, é fazer o máximo de catimba possível e levar o empate (ou possível vantagem) até que os nervos locais comecem a ferver e atrapalhar a parte efetiva do jogo. Sair atrás nos primeiros 30 minutos será um problema que nem quero imaginar... Assim, é começar com coragem e postura, quando o cansaço bater, Coudet precisará agir rápido.
O desafio será enorme mas não podemos perder na véspera. Precisamos sair vivos, e se perder, que seja no máximo por um gol.
ISRAEL
"Vai ser um jogo pegado, mas se passarmos temos boas chances de embalar na Copa. No meu ver temos que buscar ter marcação forte e ao mesmo tempo uma saída rápida para o ataque.
Eu iria com Rochet, Bustos, Vitão, Mercado e Renê, Rômulo, Aranguiz, Mauricio e Alan Patrick, Pedro Henrique e Enner Valencia, um time com bastante vocação ofensiva, o que é arriscado, mas precisamos jogar e ter qualidade com a bola.
É voltar pelo menos com empate e aqui em Porto Alegre será duro igual mas assim equilibrando a balança de quem poderá se classificar. Bora Academia do Povo!"