Texto por Colaborador: Redação 24/07/2025 - 13:27

O Inter segue debatendo internamente a possibilidade de adotar o modelo de SAF, mas sem pressa para seguir os passos de outros clubes brasileiros. A prioridade da atual gestão é encontrar um formato de investimento que respeite a história, a cultura e o sentimento da torcida colorada, revelou o GZH.

O tema vem sendo discutido nos bastidores há cerca de três anos, mas ganhou novo impulso após o fracasso do projeto das debêntures no Conselho Deliberativo, em dezembro de 2024. Paralelamente à discussão sobre SAF, o clube também busca alternativas para enfrentar um endividamento que ultrapassa os R$ 378 milhões.

Segundo o vice-presidente Dalton Schmitt Jr., o Inter não pretende vender o controle do clube. A ideia é avaliar formatos em que investidores possam participar com cotas minoritárias e com interesses bem definidos. “A gente não precisa ter um dono”, resumiu o dirigente em entrevista ao ge.globo e ao jornal Zero Hora.

Para avançar no tema, a direção planeja contratar uma consultoria externa que ajude a mapear possibilidades e apresentar caminhos sustentáveis. A proposta é que o trabalho técnico seja realizado ainda neste segundo semestre e culmine em uma definição até o fim do ano. “Não podemos demorar muito. Precisamos ter uma visão clara das alternativas antes que o mercado avance e nos ultrapasse”, afirmou Schmitt.

A diretoria também reforça que o debate será conduzido de forma conjunta com o Conselho Deliberativo, visando garantir ampla participação e legitimidade à eventual decisão.

Uma das motivações do Inter é a crescente disparidade financeira entre clubes da Série A. Mesmo sem virar SAF, Flamengo e Palmeiras mantêm investimentos muito acima da média. Outros rivais, como Botafogo, Bahia, Cruzeiro e Atlético-MG, já aderiram ao modelo clube-empresa e ampliaram suas capacidades de investimento.

“Nosso endividamento custa entre R$ 80 e R$ 100 milhões por ano. Com esse valor, poderíamos ter dois ou três jogadores de peso a mais no elenco”, calculou Schmitt.

A decisão sobre a SAF também carrega um componente subjetivo: o envolvimento emocional da torcida. “No Brasil, o futebol é paixão, diferente de outros países, onde é mais entretenimento. Essa relação precisa ser respeitada”, disse o dirigente.

Mesmo com limitações financeiras, o Inter voltou a levantar troféus em 2025, conquistando o Campeonato Gaúcho e impedindo o Grêmio de igualar a sequência histórica de oito títulos estaduais consecutivos. O feito mantém viva a ambição colorada, mas também reacende o dilema: buscar novas fontes de receita ou correr o risco de estagnar competitivamente?

A resposta, segundo a direção, virá de forma madura, transparente e coletiva.

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