Texto por Colaborador: Redação 08/12/2022 - 02:15

O ex-zagueiro histórico do Uruguai e do São Paulo, Diego Lugano, titular dos paulistas nas duas decisões contra o Inter em 2006, deu seu ponto de vista das finais continentais daquele ano. Em declarações ao jornalista Duda Garbi, no YouTube, o charrua admitiu que, no Morumbi, havia uma grande confiança para a conquista daquele título, após o SP superar o Athletico-PR um ano antes, com direito a goleada. Conforme ele, fatores inesperados e até mesmo um acidente extracampo tumultuaram o ambiente são-paulino na ocasião. Confira suas citações sobre o ambiente dos jogos:

“A história nos livros sempre está escrita por quem vence. Mas quem perde também tem a sua história. Ninguém quer saber e ninguém nunca sabe disso, mas está certo mesmo. Mas em 2006 eu acho que estávamos no melhor momento da nossa era no São Paulo. Nós estávamos voando mesmo. Tínhamos toda a confiança de ter vencido no ano anterior. Passamos pelo Chivas na semi e eles tinham 9 titulares da Seleção do México da época, que jogaram a Copa da Alemanha de 2006. Ganhamos em São Paulo e no México deles. Estávamos bem, bem, bem mesmo. E eu acho que éramos mais time que o Inter na época (...) Não falo em excesso de confiança, mas tínhamos confiança de que venceríamos o Inter. Depois, realmente, o que aconteceu nas duas finais é uma união de um filme de terror. Primeiro, no Morumbi, com cinco minutos, o Josué é expulso. Ele era o nosso volante, o equilíbrio do time. Deu uma “quase” cotovelada. Aí aos 30 minutos o Mineiro se machucou. Ele era o outro volante, o outro pulmão do time. Depois, no Beira-Rio, jogamos sem o Ricardo Oliveira por causa do contrato encerrando com o Bétis. Parece que o Inter teve influência, porque estava vendendo o Jorge Wagner para lá. Foi uma jogada muito boa do Inter”.

“O jogo começou desfigurado para nós e obviamente o Rafael Sobis foi muito feliz. Tomamos 2×1, mas mantínhamos a esperança de virar lá. Depois do jogo, na noite, houve um acidente de carro com goleiros da base do São Paulo. Um faleceu e o outro ficou com problemas de mobilidade. Ficamos de quarta a sábado de luto. Velório, gente chorando. Fomos para Porto Alegre com estas dificuldades, mas acreditando na virada (...) O jogo começa e eu perco um gol quase dentro da goleira. Normal para o Lugano (risos). Depois, o Rogério cometeu um erro que nunca na história, nem antes nem depois, cometeu. Então estava tudo meio estranho. O que aconteceu conosco entre os dois jogos foi… eu pensava: ‘Caramba, o que fizemos de errado para merecer isso?’. Sem desmerecer obviamente o Inter, que era um timaço e depois foi campeão mundial. Mas nós lutamos, fizemos o 2×2, foi uma linda final. Estava uma pressão nossa”.

“Hoje com o VAR tudo é mais complicado. Logicamente que nós, como zagueiros, normalmente éramos mais fortes, altos. Mas a gente também apanhava para caramba. E o Fernandão, de 1,90m? No escanteio com Índio, Bolívar… não é só nós. Só que a gente como zagueiro tinha vergonha de se queixar. Eu tinha vergonha de mostrar dor. Eu poderia estar todo quebrado, mas não demonstrava dor. Mesmo estando f… mesmo. Hoje eu fico louco. Qualquer coisinha eles rolam no chão. É outro futebol. Nossa geração teve uma outra educação”Lugano.

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