Texto por Colaborador: Redação 11/12/2025 - 05:00

O Conselho Deliberativo do Internacional analisará na próxima segunda-feira o orçamento de 2026, elaborado pelo Conselho de Gestão, que prevê uma receita bruta total de R$ 721,5 milhões para a próxima temporada. Porém, o documento está sendo duramente criticado por apontar dependências e projeções consideradas irreais.

Embora o número seja expressivo, o orçamento revela uma dependência elevada da venda de atletas para equilibrar as contas: R$ 204,9 milhões, ou quase 30% do total, devem vir do mercado de transferências. O Conselho Deliberativo aponta que essa meta de vendas é totalmente irreal, colocando em risco todo o planejamento financeiro.

O documento também deixa claro que o valor integral das negociações não entra nos cofres do Inter. Dos R$ 204,9 milhões estimados com vendas, apenas R$ 117 milhões ficariam efetivamente com o Colorado. A diferença, cerca de R$ 87,9 milhões, corresponde à fatia destinada a clubes detentores de percentuais dos direitos econômicos, além de comissões a empresários e intermediários.

Além das transferências, outras fontes de receita previstas são: bilheteria (R$ 23,3 milhões), cotas de televisão (R$ 108 milhões), premiações (R$ 74,6 milhões), receitas sociais (R$ 107,7 milhões), patrocínios (R$ 101,8 milhões), publicidade (R$ 65,9 milhões), licenciamento de marca (R$ 32,1 milhões) e outras receitas menores, que somam R$ 3 milhões.

Orçamento se apoia em receitas que não existem

O Conselho Deliberativo identificou que o orçamento do Inter para 2026 apresenta diversos erros e riscos graves. Entre as principais críticas está o fato de o planejamento se apoiar em receitas que não existem, como receitas da Conmebol - sem que o clube tenha garantida classificação para competições internacionais.

Sem esses números otimistas e irreais, o clube teria um déficit considerável, o que preocupa os conselheiros.

Situação crítica com patrocinadora Alfa

Mas há alguns alertas importantes que agravam a situação. O mais urgente é a situação da Alfa, patrocinadora master do Inter desde janeiro. A empresa, que se comprometeu a pagar R$ 50 milhões por ano, além da premiação por metas esportivas, está inadimplente há dois meses.

O Grêmio já rescindiu o contrato com a mesma patrocinadora, e há forte expectativa de que o Inter faça o mesmo, o que poderá reduzir significativamente a receita prevista no orçamento.

Futebol consome 76% e orçamento pode violar regras

As críticas se intensificam ao analisar que o futebol consome 76% da receita, as dívidas geram forte prejuízo financeiro e o orçamento pode até ferir regras da CBF/Profut.

Diante desse cenário, o Conselho Deliberativo deve recomendar que o Inter refaça o orçamento com números reais, baseados no que o clube realmente pode esperar ganhar e gastar em 2026, evitando projeções otimistas que não correspondem à realidade financeira e esportiva do Colorado.

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