Em entrevista ao colunista de GZH, LEONARDO OLIVEIRA, o CEO do Inter, Giovani Zanardo, desenhou um retrato das finanças do Colorado. Em uma conversa com o cargo máximo profissional do SCI, Zanardo deu o tamanho da dívida e o desafio para 2023. Confira um resumo do que foi dito:
CENÁRIO DE 2022 E 2023
- Em 2022 há sinalização de um resultado na ordem de R$ 9 milhões de déficit. Para o terceiro ano de gestão, há uma expectativa bem positiva, do ponto de vista econômico e financeiro.
VENDA DE JOGADORES
- O Inter ainda é dependente da venda de jogadores. Basta olhar nossa projeção orçamentária para o ano. Temos dependência. Como se trabalha caso elas não aconteçam agora? Organizando o fluxo de caixa do ponto de vista de despesa e receita. Não é condição de absoluto desespero (...) É preciso encontrar oportunidade e desejo. Até chegar esse momento, e ele pode ser em março, abril, julho ou agosto, temos outras alternativas, como negociação com fornecedores, realinhamento de contratos, parcelamento de compromissos.
DÍVIDA DO INTER ATUAL
- Entre R$ 620 milhões e R$ 630 milhões. O grosso do nosso endividamento é fiscal, está equacionado no longo prazo. São cerca de R$ 250 milhões. Temos outro grupo de endividamento, que é bancário, na ordem de R$ 100 milhões, R$ 120 milhões. Tem uma operação maior, de longo prazo, que estamos rolando. Algumas outras são operações ponte, para fazer a travessia do rio aquela, até chegar o momento em que se tenha premiação ou venda de jogador. Daí, vou lá e quito. Um terceiro grupo, composto por todas as outras dívidas, é passivo oriundo de ações trabalhistas, cíveis e toda a parte de fornecedores. São aproximadamente R$ 200 milhões. São números aproximados.
- Temos um passivo de curto prazo, está posto, há uma preocupação com isso. Mas é algo que temos enfrentado e alongado na medida do possível. Também é por isso que precisamos da negociação de atletas, do aumento da receita com quadro social. Isso permite que cheguemos ao credor para fazer renegociação que nos favoreça.
- A questão do endividamento bancário é importante, tem sido falada ao longo dos últimos dois anos. Tivemos a elevação da taxa de juros da Selic. Tínhamos algo na faixa de 2,5% lá atrás. Hoje, estamos em 13%, 14%. Isso compromete o endividamento do clube, é ponto de preocupação. Também por isso a necessidade da venda de atletas. Quando se faz uma venda, a receita dela é a chance de renegociar o endividamento, fazer enfrentamento de compromissos, em negociações favoráveis para nós. Não resolve de todo, não se faz isso (quitação) em um ano. Mas ajuda nessa composição quando se tem receitas para renegociar. Evita o juro sobre juro.