Em conversa com imprensa, Inter atualiza situação financeira, dívida e detalha preju de R$ 90 milhões por conta da enchente

Texto por Colaborador: Redação 21/09/2024 - 01:55

Entendendo a transparência como um importante pilar na condução do dia a dia colorado, e dando continuidade às novas ações de comunicação previstas pelo Clube, o Conselho de Gestão do Internacional recebeu profissionais de imprensa, na tarde de sexta-feira (20/09), para um bate-papo no CT Parque Gigante. O evento tratou de assuntos como a reestruturação do Beira-Rio e a reconstrução do Centro de Treinamentos do futebol profissional, além das finanças alvirrubras e as perspectivas para o encerramento da temporada de 2024.

Na companhia de Dalton Schimitt Junior, Ivandro Rodrigo Morbach, Victor Grunberg e Miguel de Sampaio Dagnino, vice-presidentes do Conselho de Gestão; do CEO Giovane Zanardo, de Cauê Vieira, Secretário-Geral, e dos vice-presidentes de Administração, André Cabrera Dalto, Patrimônio e Parque Gigante, Gabriel Gonçalves Nunes, Finanças, Leandro Bergmann, e Comunicação, Ricardo Branco Rogoski; Alessandro Barcellos recepcionou os profissionais de imprensa na nova Sala de Reuniões do CT Parque Gigante. Na sequência, a direção mostrou para os jornalistas algumas das melhorias realizadas na estrutura do Centro de Treinamentos, com destaque para as novas academia e sala de fisioterapia.

Nela, também foi detalhado os prejuízos causados pelos temporais de maio foram estimados em R$ 90 milhões, somando os custos com as obras e a perda de receitas. Apesar disso, os dirigentes garantiram que os salários e direitos de imagem de jogadores e funcionários estão sendo pagos em dia.

Embora o clube tenha previsto uma redução de cerca de R$ 100 milhões em sua dívida, com base na correção da taxa Selic, os danos financeiros provocados pelas enchentes interromperam qualquer chance de uma recuperação mais significativa. Segundo o presidente Alessandro Barcellos, o "impacto negativo" das enchentes é evidente.

Os R$ 90 milhões de prejuízo foram divididos da seguinte forma: R$ 19 milhões em perdas materiais (infraestrutura do CT e estádio, equipamentos e vestiários), R$ 7 milhões com logística e R$ 5 milhões em inadimplência de sócios. Além disso, o clube estimava um crescimento de R$ 25 milhões no número de associados e perdeu R$ 33 milhões em premiações esportivas, já que o time foi afetado pela falta de treinos e pela impossibilidade de jogar no Beira-Rio.

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) auxiliou o Inter com apenas R$ 2 milhões para cobrir despesas logísticas, mas o clube ainda não recebeu apoio do governo, diferentemente de empresas também atingidas pelas enchentes. A direção segue buscando auxílios junto a instituições como o BNDES e em formas de benefícios fiscais, embora as negociações ainda estejam em fase inicial.

Diante desse cenário, o clube prevê fechar o ano com déficit. O prejuízo projetado para julho saltou de R$ 92 milhões para R$ 144 milhões. Mesmo que o Inter consiga gerar novas receitas, vender atletas ou continuar reduzindo custos — como a folha salarial do futebol profissional, que caiu para R$ 13,5 milhões mensais no segundo semestre —, reverter essa situação será desafiador. Barcellos ainda confirmou que o endividamento segue com tendência de alta, chegando a R$ 693,9 milhões no final de 2023 — no ano anterior, era de R$ 657,9 milhões. Ou seja, a dívida aumentou, apesar de o clube ter recebido R$ 109 milhões no ano passado da Liga Forte União, tendo utilizado, segundo Barcellos, 100% desse valor para o pagamento de dívidas de diferentes naturezas.

Para 2025, o foco será a captação de novas receitas e a redução de despesas. Entre as principais estratégias está a emissão de títulos no mercado, que deve arrecadar até R$ 200 milhões, ajudando a quitar dívidas de curto prazo. O clube, então, passaria a dever aos investidores, mas com prazos mais longos e juros menores.

Além disso, os contratos com patrocinadores, como o Banrisul, terminam no final de 2024, e a expectativa é de renegociar valores em um mercado esportivo aquecido, o que pode gerar um aumento nas receitas. A redução na folha salarial, que já foi ajustada em R$ 700 mil no fechamento da última janela de transferências, também segue como prioridade para a gestão alvirrubra.

Por fim, o SCI também não descarta a venda de mais jogadores. Segundo Barcellos, o Inter já arrecadou R$ 114 milhões em 2024 com a negociação de atletas, aproximando-se da meta prevista no orçamento, que é de R$ 135 milhões. "Dentro desse contexto, não temos outra alternativa. Precisamos vender mais jogadores e, inclusive, podemos ultrapassar essa meta de R$ 135 milhões. Vamos ver o que acontece na próxima janela", disse.

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