O Inter trouxe um ponto do Castelão após o empate sem gols diante do Ceará, pela 24° rodada. Claramente jogando para empater nos 45 minutos finais, confira o que se disse da atuação da equipe e escolhas do treinador:
MARINHO SALDANHA - UOL
"Hoje, o empate em 0 a 0 com Ceará, que não pode ser visto como totalmente ruim, mas também longe de encher a barriga, né...
É verdade o que disse Diego Aguirre. O Ceará é um time forte em casa, o campo e o clima são diferentes (não que isso pese tanto), o rival é um time bem treinado e longe de ser ruim. O Inter teve desfalques. Acho importante, primeiro, citar isso. Nada do que foi dito é mentira.
Por outro lado, faltou, de novo, fluidez ao jogo do Colorado. A mecânica ofensiva, alvo de minha pergunta na entrevista coletiva, é o mais preocupante. O time demora demais para girar a bola, com desfalques ou sem eles.
Como twitei ao longo do jogo, o que trava a construção é a necessidade que parece ser marca do elenco de dar mais toques na bola. Creio que isso precise ser atacado. Treinos promovem comportamentos. É preciso restringir ao máximo e cobrar menos toques na bola nas atividades.
Não temos como saber o que é trabalhado no CT Parque Gigante porque os treinos são fechados. Então, não sei se está sendo atacada tal dificuldade ou se o que se promove é exatamente tirar a velocidade do jogo para respirar, para construir com tranquilidade.
Pode ser, também, que seja característica de jogadores. O que é verdade. Há muitos "carregadores de bola" no Inter. E como se resolve isso? Mudando. Também levantei este tópico a coletiva, mas Aguirre disse que não é possível resolver tudo com trocas.
Defensivamente o Inter não foi seguro. A bola aérea entrou, o Ceará teve boas chances. Parou em Daniel e na trave. Méndez foi bem, Mercado foi regular, ainda sem o melhor ritmo. Eu, apreciador dos três zagueiros, sempre penso em tentar... Mas daí é outra história...
O Colorado procurou muito acionar Yuri em profundidade, o que é um acerto. Mas por que não conseguiu? Porque demorava demais com toques desnecessários na bola e perdia o "timming" de enfiar o passe e achar o caminho. Sendo assim, a defesa do rival se sobressaiu.
Por fim, acho que a classificação para a próxima Libertadores virá sem sofrimentos. Isso porque a tendência aponta para um G9 de Brasileiro, e o Inter na luta por tais posições com grande perspectiva. Agora, para 2022, é preciso rever alguns pontos..."
ROBERTO PAULETTI - BAND
"Que coisa ruim ver o Internacional com esse treinador sem ambição. Um time fraco do Ceará e o Inter quase perde pois eles tiveram as melhores chances. O treinador do Inter não tem a mínima ambição pela vitória. Vocês sabem a minha opinião - espero que ele não fique no ano que vem - porque não tem condições de ser treinador de um time como o Internacional. Jogou bem o Mercado e a dupla de zaga.
Agora no segundo tempo para piorar a situação ele coloca três volantes para jogar contra o Ceará. Não venham me dizer que ele não tinha banco, contra o Ceará tinha sim. Bastava tirar o Lindoso. O que ele faz em campo? nada! Nada o que ele faz é bem feito e é titular absoluto desse treinador sem sangue nas veias, que é o Aguirre. Bastava ter tirado o Lindoso, podia ter botado o Patrick de 2 volante e lá na frente o Cadorino, o Gustavo Maia, tenha ambição de ganhar! Esse time do Ceará é ruim! Dá pena de ver o Yuri lá na frente, não recebem nenhuma bola nesse esquema do treinador. PV entrou mal também, parece que ele se acha um jogador pronto. O Caio Vidal, com aquela força toda tá sempre no chão, não consegue aproveitar as oportunidades. Mas treinador de novo, o Inter precisa de novo um treinador que goste da vitória."
HILTOR MOMBACH - CP
Sem os titulares Cuesta, Taison e, principalmente, Edenílson e sem opções como Boschilia, Guerrero e Palacios o Inter encarou o segundo melhor mandante do Brasileiro, o Ceará, e arrumou um empate sem gol. Pontualmente, bom resultado. No conjunto da obra não porque o time briga pelo G-6.
O Ceará meteu uma no poste e obrigou o goleiro Daniel a fazer duas defesas sensacionais. O empate passa por ele.
Os desfalques servem como justificativa pela atuação modesta. Mas a verdade é que o time só realizou duas partidas fora da curva em todo o Brasileiro, uma na goleada de 4 a 0 diante do Flamengo e a outra na derrota para o Galo por 1 a 0.
No mais, são atuações que no máximo podem manter a equipe na zona da pré-Libertadores. Ontem o time conseguiu errar duas cobranças de escanteio, uma com Moisés.
O Ceará finalizou 16 vezes, sendo cinco no gol, contra nove do Inter e uma no gol. Patrick, que havia dado boas arrancadas diante do Galo, voltou a realizar algumas boas jogadas.
Domingo a equipe treinada por Aguirre recebe a Chapecoense. É confronto para três pontos.
DIMITRI BARCELLOS - FOOTURE
Um ponto ganho hoje. Não tem como cobrar nada no aspecto coletivo num time com tantos desfalques. Por outro lado, individualmente, mais uma amostra do quanto Moisés e Patrick são insustentáveis.
MAURÍCIO SARAIVA - GE
Os desfalques de Cuesta, Edenílson e Taison gritaram no time do Inter e assim o empate virou o ponto possível em Fortaleza. Daniel fez seu milagre habitual para evitar a derrota, Bruno Méndez de novo fez ótima partida e a dificuldade cotidiana na saída de bola do meio-campo apareceu também.
A campanha colorada é de busca de vaga indireta de Libertadores. Para maiores ambições, será preciso rendimento que sinalize uma boa sequência de vitórias. Por enquanto, o Inter vai fazendo o básico para se manter longe de Z-4 e perto do G da Libertadores.