Texto por Colaborador: Redação 25/05/2020 - 17:45

Após uma série de medidas que acarretaram em  inúmeras demissões, o Inter contabiliza uma redução de quase R$ 35 milhões em gastos desde a paralisação do futebol, informa o jornalista Eduardo Deconto, via Globoesporte.

Com cortes no departamento de futebol - após dois acordos entre diretoria e elenco -, que resultaram na redução de 25% dos salários, o clube também repactuou dívidas com credores e pagamentos a fornecedores, mexendo até na iluminação do Beira-Rio. Todavia, ainda assim não acabaram-se os problemas: o número de quase R$ 35 milhões corresponde a cerca de um terço do valor necessário da meta estpulada de 30% do orçamento previsto para 2020, ou seja, um corte total de R$ 112 milhões em despesas.

Em paralelo, a diretoria colorada estima uma queda de receitas de R$ 100 milhões ao longo do ano, em um cenário de quase quatro meses de paralisação do futebol. Mas o que tira o sono do presidente Marcelo Medeiros não é o final de 2020, mas sim os problemas com fluxo de caixa e entrada de dinheiro em meio à pandemia.

Na última sexta-feira, o clube divulgou um balanço financeiro do primeiro trimestre de 2020. O Inter teve um déficit superior a R$ 34 milhões nos primeiros três meses do ano. Conforme o documento, as receitas no período foram de R$ 57.629.211 e os custos operacionais, de R$ 69.430.559. O futebol, por óbvio, é o departamento que mais demandou investimentos. O clube gastou R$ 48.610.132 com futebol no primeiro trimestre. A média é de R$ 16.203.377 mensais neste período.

Fato é que tais ajustes - ou seja, contenções de gastos de maneira radical - já deveriam ter sido feitos há muito tempo no Beira-Rio, que investe demais em relação a % geral do orçamento projetado, somando déficits desde 2016. 

"A crise da pandemia não gerou os problemas financeiros dos clube, isso já fez tempo. Mas se você entra em uma crise já debilitado, claro, a situação tende a ser pior", explica o economista Cesar Grafieti, em declarações a ESPN.

"A primeira mudança é organizar e equilibrar, gastar aquilo que arrecadam. É batido e básico, mas é só isso o que resolve. Os clubes precisam estar organizados", explica.

"A crise não vai permitir mais esse conceito de 'tentar se reinventar". Isso era algo de antes, falar em buscar alternativas. Não tem mais alternativa", diz.

A consultoria Two Circles fez um estudo em que prevê que o valor gasto em esportes pelo mundo cairá cerca de 37% nesta temporada (ou seja, acima dos 30% projetados pelo Inter), em razão do novo coronavírus. No ano passado, foram gastos US$ 46,1 bilhões (R$ 258,2 bilhões) e esse ano, o valor deve ser algo em torno de US$ 28,9 bilhões (R$ 161,8 bilhões) em todo o mundo. E há quem aposte que a redução será mais grave. O estudo ainda apontou que 53% dos principais eventos esportivos neste ano serão cancelados ou adiados para 2021.

O orçamento original alvirrubro previa gastos de R$ 375.191.284 em 2020.

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