O jornalista Fabrício Falkowski, do Correio do Povo, publicou um relatório na terça-feira preocupante em relação as finanças do SCI.
De acordo com o repórter, o Inter ostenta o maior volume de gastos com futebol de sua história, com gastos acima dos R$ 17 milhões ao mês com salários, direitos de imagem e encargos trabalhistas e previdenciários de jogadores e comissão técnica.
O recente atraso de três meses no pagamento dos direitos de imagem, teria ocorrido exatamente por falta de dinheiro para honrar o compromisso. O problema é que nada indica que haverá uma melhora do quadro financeiro no segundo semestre. Pelo contrário. Se até março, a folha já batia nos R$ 15,6 milhões mensais, a chegada dos novos contratados não faz melhorar a situação. Pelo contrário, entrega mais alternativas para Mano Menezes, mas aumenta o consumo de dinheiro. Em abril, chegaram Alan Patrick, Carlos de Pena, Vitão, Pedro Henrique e Renê. Os quatro primeiros vieram da Europa, acostumados com salários pagos em euros. O último estava no Flamengo antes de ser contratado. Por outro lado, saíram Victor Cuesta e Palacios, para Botafogo e Vasco. Entre saídas e chegadas que aconteceram a partir de março, estima-se que a folha tenha sido majorada em pelo menos R$ 1,5 milhão, batendo nos R$ 17 milhões/mês.
O alto investimento fica evidente quando se analisa o orçamento, que foi aprovado pelo Conselho Deliberativo e deveria guiar receitas e despesas do clube ao longo de 2022 já demonstra um desequilíbrio no futebol. Nos primeiros três meses do ano – portanto antes da chegada dos últimos cinco reforços –, a vice-presidência de futebol consumiu R$ 46,8 milhões, bem mais que os R$ 40,3 milhões que estavam previstos. O valor já representa quase um terço do orçamento total do ano para a área, que é de R$ 153,7 milhões.
Média mensal
Gastos de janeiro a março com folha salarial
2020 R$ 15,8 milhões
2021 R$ 14,9 milhões
2022 R$ 15,6 milhões
O atraso no pagamento dos direitos de imagem por três meses, que resultou no adiamento de um treino no início do mês, foi circunstancial e não deve se repetir. Pelo menos, é o que estima Giovane Zanardo, CEO do Inter. “Foi um atraso pontual. Daqui para a frente, temos a perspectiva de manter um fluxo regular de pagamentos”, afirmou Zanardo. Ele salienta que o atraso contemplou apenas os direitos de imagem e que os salários estão em dia. “Naquele mesmo dia, pagamos dois meses e, em seguida, quitaremos o resto. Um atraso ou outro pode ocorrer, mas não por esse tempo”, disse na matéria ao CP.
Atrapalha ainda mais esse quadro a queda na Copa do Brasil: na previsão, o clube projetava receber mais de R$ 60 milhões em premiações, sendo 11,5 milhões por chegar pelo menos até as quartas. Com a queda na primeira fase, não somou nem 1/5 desse valor.
O Inter trabalha com a projeção de finalizar o campeonato de pontos corridos dentro do G-6. Pelo valor pago ao Bragantino, sexto colocado na última edição, o Colorado receberia R$ 24,7 milhões.