O Ministério Público do Rio Grande do Sul denunciou mais dois ex-dirigentes do Inter e outras cinco pessoas por crimes que teriam sido cometidos no clube entre os anos de 2015 e 2016, durante a gestão do ex-presidente Vitorio Piffero.
As denúncias são resultado de mais uma etapa da Operação Rebote, que desde 2017 investiga suspeitas de irregularidade e desvios de recursos do Inter. Os nomes dos denunciados não foram divulgados em razão da Lei de Abuso de Autoridade.
Conforme a denúncia do MP, um ex-dirigente do clube e quatro empresários da área de turismo de Porto Alegre e Curitiba foram denunciados por organização criminosa, estelionato e ocultação de bens.
Um outro integrante da antiga gestão do clube foi denunciado por estelionato e ocultação de bens. A esposa desse segundo dirigente também foi denunciada por ocultação de bens.
O promotor Flávio Duarte detalhou que um dos membros do alto escalão do Inter na gestão Piffero emitia notas fiscais e documentos fraudulentos atestando serviços turísticos que não foram prestados para desviar recursos do clube.
No total, mais de R$ 340 mil teriam sido desviados, dinheiro que foi usado para compra de passagens de avião, de um cruzeiro para o Caribe, pagamento de hospedagem em hotel luxuoso e até de ceia de réveillon de um dirigente.
– Esse dirigente exercia o comando operacional da organização criminosa, além de ser o destinatário direto e indireto da maior parte dos valores identificados como obtidos ilicitamente em prejuízo do clube – disse o promotor Flávio Duarte.
O outro ex-dirigente, também do alto escalão, teria repetido a prática para comprar uma caminhonete para a esposa.
Essa foi a quarta denúncia oferecida pelo MP sobre irregularidades no Inter. Toda a operação foi dividida em núcleos: administrativo-financeiro, núcleo jurídico, núcleo futebol e agora o núcleo agências de viagem.
No fim de 2018, o órgão cumpriu mandados de busca e apreensão nas casas e outros endereços dos envolvidos. Já em novembro de 2019, o ex-presidente Vitorio Piffero e três vices foram denunciados e viraram réus por diversos crimes.
Já em agosto de 2020, o MP denunciou o ex-vice jurídico do clube, um ex-jogador e mais cinco empresários do futebol e advogados por suspeitas de fraudes em ações trabalhistas envolvendo o clube.
Fonte: GE