Confira um breve compilado com algumas análises do empate colorado em Cali, pela 5° rodada da Fase de Grupos, que praticamente garantiu uma vaga as oitavas de final. Perdendo Saravia logo aos 10 minutos e tendo dois jovens nas laterais (além de Praxedes e Nonato), o Inter pouco sofreu defensivamente ainda que tenha novamente demonstrado inúmeras dificuldades para agredir ofensivamente. Leandro Fernandez, com uma expulsão amadora, não foi poupado, enquanto o retorno de Moledo foi aclamado. Veja abaixo:
GABRIEL CORRÊA - BAND-RS
Tenho uma impressão sobre essa relação Inter, Coudet e torcida. Assumir a liderança do Brasileirão e do grupo da Libertadores criou uma expectativa exagerada em relação ao grupo. Poderia estar jogando mais? Sim, mas a oscilação é natural em todos os clubes do Brasil.
A equipe titular do Inter é boa, mas a busca por uma rodagem no Brasileirão e Libertadores está mostrando, pra mim, que o clube precisará escolher uma competição pra disputar. Coudet pede times com corda esticada e 100% fisicamente para desempenhar suas ideias e isso tem faltado.
MARINHO SALDANHA - UOL
Uma das coisas que eu sempre digo que não gosto é o "comentário resultadista". Isso vale quando é negativo, e quando é positivo também. Hoje, o comentário resultadista é elogioso, porque o resultado foi bom. Mas o rendimento em campo foi perto do nada. O time jogou muito pouco.
O Inter está perigosamente viciado na manutenção da posse. Ao invés de arriscar, tocar, deslocar, aparecer para lances que aconteciam antes, trocas de passes rápidas, o time prefere rolar pro lado e recuar. É a "estratégia caranguejo", o time olha pra frente, mas anda pro lado.
Atrás, Moledo deu a esperada solidez. Mas, também como esperado, dos pés dele não partiu um passe que ajudasse na criação. E isso é um dos pilares do time de Coudet. Se o primeiro passe não vem bom, quebrando a linha, o resto não acontece. Como não tem acontecido mesmo.
A bola aérea defensiva seguiu vazando. Ainda que não tenham acontecido gols, ao menos três conclusões repetidas foram em escanteios ou cruzamentos. Ou seja, os velhos fantasmas seguem assombrando, e novos desencarnaram.
Por fim, me parece que o problema do Internacional não sejam de nomes. Quaisquer jogadores sob estes vícios e desencaixes evidentes vão sofrer. Já jogaram todos, não há mais quem se diga "põe este que vai resolver". A tese do "melhor é quem não joga" não cabe aqui.
A dificuldade, ao meu ver, é que não há no grupo peças para executar as ideias às quais Coudet é apegado. O central (posição vital) quase não existe no Brasil. Os laterais, todos, menos Saravia, são insuficientes para dar amplitude. E anda raro ver dois atacantes casarem bem.
E, indo além, o Inter esta com seu elenco desenhado para jogar desta forma. Tanto que não há extremas. Se quisesse montar um 4-3-3 amanhã, Coudet teria que abrir Pottker e empurrar Marcos Guilherme pro lado. Porque o clube optou por essa ideia, não tem espaço pra desistir.
Ou seja, amigos, mudar jogadores não mudaria de fato o cenário. Mudar o sistema é difícil porque o grupo foi montado para ele. Resta apenas ao comando técnico é trabalhar e ao torcedor torcer que o encaixe reapareça.
*Que fique bem claro, o início do lance entre Fernández e o jogador do Cali não absolve nem mesmo 1% o jogador do Inter. Lidar com a provocação, e até fazê-las, faz parte do futebol desde a escolinha até o principal. Todo mundo sabe disso.
THIAGO SUMAN - RÁDIO INFERNO
A luz alta acertou os ponteiros do Lomba. Moledo é titular e ponto. Patrick tem tentado. Galhardo é a chama que não é acompanhado da fogueira. Léo Borges é uma esperança que surge. Heitor não comprometeu. O restante ficou do apagado para o esquecível.
LEANDRO BEHS - VOZES DO GIGANTE
Há uma densa nuvem de negatividade sobre o Beira-Rio, desde o encontro com o Tigres, em 2015. Por mais que se tente, sempre dá algo errado. A zika parece permanente há cinco anos. É claro que há incompetências, mas a falta de boa fortuna também é algo muito pesado.
Jogadores em baixa, um time que parece muito cansado, além das lesões graves de Guerrero e Saravia (mais Dourado, que ninguém sabe dizer quando voltará a jogar) são apenas algumas pedrinhas desse mosaico.
Por fim, há o fator humano. Comandantes que muitas vezes pensam apenas no seu, e não no coletivo. Além de jogadores simplesmente lamentáveis que passaram pelo Beira-Rio desde 2015/2.
Perder campeonatos para Novo Hamburgo, América-MG e Athletico (!!!) também não ajuda muito para melhorar o astral.
Resumindo e projetando: será mais uma temporada como coadjuvante, e não como protagonista. Ademais, é possível que se troque de técnico ao fim da semana.
Por fim, a coletiva (montada de maneira bizarra pela Conmebol) do Coudet me trouxe algum incômodo, sobretudo quando diz que não joga para manter o emprego, mas que espera que o time ao menos atue bem.
CRISTIANO OLIVEIRA - GUAÍBA
Mais um jogo pobre em termos de postura e estratégia. Faltou articulação de novo. Mais do mesmo, portanto. Futebol insuficiente.
Expulsão de Leandro Fernández prejudicou o time. Jogador profissional não pode ser tão juvenil como ele foi.
MAURÍCIO SARAIVA - GE
Qual o tamanho da multa em Leandro Fernandez na inacreditável expulsão em Cáli?
FILIPE DUARTE - GZH
Leandro Fernández apatifou tudo. Deu cotovelada em um jogador do América de Cali, fora do lance, e levou cartão vermelho direto. Atitude completamente estúpida.
Pelo que foi o jogo, Inter pode comemorar um empate em Cali. Mantendo-se o 0x0, poderá se classificar até com derrota na última rodada. Mas é incrível o processo de desmoronamento que o time de Coudet vem sofrendo. Parece que regride a cada atuação. Já são 4 jogos sem vitória.
Rodrigo Moledo foi disparado o melhor jogador do Inter contra o América de Cali. De 11 duelos aéreos, ganhou 8.