Mídia avalia revés no GreNal 430 como justo, isenta Lomba e vê má atuação: 'Jogo muito ruim do Inter'

Texto por Colaborador: Redação 04/04/2021 - 16:00

O Inter voltou a perder na Arena OAS, dessa vez nos instantes finais em um GreNal que valeu a liderança para o Humaitá, pela 9° rodada do Gauchão. Com nem um mês de trabalho o time do técnico Miguel Angel Ramirez talvez tenha recebido suas primeiras críticas mais pesadas após perder o clássico 430 frente um time totalmente descaracterizado do rival, com inúmeros garotos. Tendo a bola mas chegando pouco à meta de Breno, os jornalistas em geral isentaram Marcelo Lomba do gol sofrido mas apontaram suas visões em uma vitória considerada justa para o time de Renato Portaluppi. Confira algumas opiniões:

FILIPE DUARTE - GZH

Gre-Nal foi parelho, mas Grêmio venceu pelo fator diferencial: finalização. Extremas (Ferreira e Léo Chú) sempre pegaram a bola e partiram pra cima da marcação. Não adianta ter a posse da bola e trocar passes se não agride. Inter precisa de mais Caio Vidal e Palácios.

Ramírez surpreendeu com L.Ribeiro na zaga e Maurício na direita. Time, porém, seguiu tendo dificuldade em avançar trocando passes e pouca agressividade com os extremas. Também coloquei na cotação em Esportes GZH: não vejo culpa de Lomba no gol do Grêmio. Mérito é todo de Léo Chú. Finalização cruzada, no canto oposto e alto. Dificílimo de alcançar.

THIAGO SUMAN - RÁDIO INFERNO

Esse gol do Léo Chú é a reticência de uma típica jogada do Grêmio que imprime uma larga sequência de gols que o Inter já sofreu assim do Grêmio e nunca consegue neutralizar.

Melhor em campo pelo lado do Grêmio: Vanderson, Ruan, Ferreira e Léo Chú - pelo oportunismo do gol -

Melhores do Inter: Dourado, Edenilson, Moisés e Lucas Ribeiro.

Piores do Grêmio: Diogo Barbosa, Alisson e Diego Souza

Piores do Inter: Rodinei, Patrick e Maurício

O mesmo time do Abel que abarrotou o São Paulo e venceu grenal, usado de argumento para defenestrar o novo trabalho, perdeu toscamente para o Sport, América-MG e não furou o Corinthians já morto. Aquela qualidade técnica pode ser aprimorada c/ nova metodologia e desenho tático.

Algo que gostei do Miguel mais do que nos técnicos anteriores:

Quando o jogador está mal, a gente percebe ele orientando e quando chega a ficar impaciente já saca do time. Não fica na espera de um milagre.

Outra coisa: a possibilidade de ter um goleiro que saia jogando com os pés não precisa ser a necessidade de a jogada sempre passar por ele. Parece forçado para demonstrar que o goleiro tem essa capacidade.

MARINHO SALDANHA - UOL

Foi justo o placar do Gre-Nal. O Grêmio mereceu a vitória por tudo que criou no segundo tempo. Se você pensar em aproveitamento, com muito menos posse, ou seja, com muito menos tempo de bola no pé, o Grêmio produziu muito mais (proporcionalmente).

Me surpreende e incomoda que tenha gente dizendo e reverberando que o Patrick "mudou de posição". Basta olhar para o campo, ou ouvir o que disse o Ramírez, se não quiseram me ler até agora, para ver que o Patrick joga na mesma função/posição que jogou/executou com Abel.

Ramírez foi além. Na coletiva, não bastou explicar que Patrick está jogando na mesma função/posição que fazia no fim do Brasileiro passado, como também disse o que dissemos aqui há algum tempo: que ele sempre demora um pouco a achar o melhor ritmo e vai crescendo na temporada.

DIMITRI BARCELLOS - RÁDIO INFERNO

85º Grenal perdido com gol no fim do jogo nos últimos 5 anos.

Jogo muito ruim do Inter. No teste mais complicado, faltou movimentação, faltou visão para escolher a melhor jogada, faltou contundência com a bola no pé. E nas raras oportunidades que teve, desperdícios de novo. Lições a rodo pra se tirar para a sequência.

Por favor, responsabilizar o Lomba em qualquer grau pelo gol sofrido é delírio. Já falhou muito, errou muito, mas passou longe de qualquer influência neste caso.

Hoje ninguém teve medo de chutar. O problema foi justamente o contrário: tentar finalizações sem o mínimo critério antes de observar as opções pra evoluir as jogadas. Ali senti uma dificuldade ainda maior do time em evoluir as jogadas. Depois até acabou se corrigindo, mas o Inter perdeu muito tempo e muitas situações organizado desta forma. Meio-campo ficou esvaziado pouco à frente dos zagueiros para poder se projetar no espaço pelo centro e receber. No começo do 2º tempo, apareceu direto entre os defensores para fazer a saída, com o Dourado bem menos participativo. Não auxiliava nos primeiros metros, tampouco dava opção adiante.

Um ajuste feito no intervalo que observei e que acabou prejudicando a mecânica do time foi o recuo do Edenilson de maneira quase fixa entre os zagueiros, em especial no começo da etapa final. Na metade final do 1º tempo, o Edenilson foi recuado para dar apoio, mas circulando.

Se antes era quase instintivo circular próximo de onde as jogadas se desenvolviam, agora a exigência de leitura e percepção coletiva é muito maior. E mais: Coudet teve uma pré-temporada para trabalhar um modelo mais simples. MAR não teve isso para um modelo bem mais intrincado. E isso não se trata da questão posse x reatividade. Linha alta x linha baixa. É sobre o comportamento do jogador em relação a sua interação com o jogo. Em vez de se procurar a bola, como sempre foi feito, agora é preciso esperá-la no lugar certo e no momento certo.

Desde ontem vejo comparações entre Coudet e MAR, sobre como o começo de trabalho do Chacho foi melhor e com resultados. Repito o que disse há pouco tempo: não tem como colocar em pé de igualdade trabalhos com diferentes métodos, complexidades e contextos.

CRISTIANO OLIVEIRA - GUAÍBA

Ganhou o melhor time no Grenal430. Grêmio já havia perdido boas chances com Ricardinho, Ferreira e Lucas Silva.

Lâmpada No fim, como sempre, a base salvou. Grêmio terminou o jogo com 9 dos 11 jogadores formados no clube.

No Inter, gostei da atuação do Lucas Ribeiro. Saída de Praxedes fez mal ao meio-campo do time.

Maurício e Patrick deveriam ampliar o campo para abrir a defesa do Grêmio, mas ambos sucumbiram à marcação.

Grêmio terminou o Grenal430 com Brenno; Vanderson, Ruan, Rodrigues e Diogo Barbosa; Lucas Silva, Darlan e Matheus Henrique; Léo Pereira, Léo Chu e Ricardinho.

Média de idade: 22 anos. Dos 11 em campo, 9 eram oriundos da base.

EDUARDO DECONTO - GE

Inter teve 70% de posse de bola no Gre-Nal de ontem, mas finalizou menos que o Grêmio - 9 a 10.

Time teve um falso controle do jogo ao ficar com a bola. Mas quase nunca conseguiu criar vantagens pra progredir e levar perigo.

Nesse sentido, quem controlou o jogo foi o Grêmio.

E essa me parece a grande dificuldade do Inter nesse estágio inicial com Ramírez: fazer o jogo de posição funcionar pra criar vantagens e abrir espaços até chegar ao gol.

é um time que até já executa bem as mecânicas. Mas não se sente confortável na ideia de jogo.

O que não quer dizer que o trabalho do Ramírez seja ruim. Pelo contrário. É até óbvio dizer que precisa evoluir após seis jogos. E que a derrota no Gre-Nal está longe de ser definitiva.

André Rizek (SPORTV)

Segundo tempo bem jogado pelo Grêmio. Ferreira deu trabalho ao Inter, Mateus Henrique guiou o time, Renato mexeu bem. Vitória merecida na Arena.

LUCAS COLLAR - VOZES DO GIGANTE

Sobre críticas ao Ramirez: acho super válido e necessário. Gre-Nal tem um peso e não podemos perder nem par ou ímpar. Se tiver a chance, tem que matar. Mas são 6 jogos. Começo de trabalho. Tem coisas a ajustar. As críticas tem que ser construtivas e não destrutivas. Fé no futuro.

Outro ponto que me incomoda. Se o Rodinei não vai ficar, porque ele ainda é titular? Não seria de dar rodagem aos 3 jovens: Heitor, Mazetti e Tobias? Qual a ideia para o gol? Se Abel irá sair, seguirá sendo relacionado? As vezes tudo parece tão difícil e precisa de novela.

Achei a transição lenta ontem. Senti falta do Edenilson mais participativo. Patrick, neste momento, perde espaço para Palácios. Maurício nao funcionou. Vi um Inter seguro defensivamente, mas com pouco tesao para tentar um passe diferente, para quebrar a linha. Sempre no simples.

Tô vendo algumas críticas ao Heitor. Fechou a perna boa do Léo Chu e a passagem do Léo Pereira no lance do gol. Mérito total de quem acertou um belo chute. Ou de quem quis arriscar e “ser feliz”.

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