No primeiro balancete da pandemia do coronavírus, o Inter apresentou um déficit de R$ 34,4 milhões, segundo o jornalista Hiltor Mombach, em seu blog no Correio do Povo.
Em comparação ao primeiro trimestre de 2019, houve um aumento de mais de sete milhões, quando o déficit no primeiro trimestre de 2019 foi de R$ 27,1 milhões. É importante lembrar que esses números já englobam o impacto do Covid-19, visto que o futebol foi interrompido no dia 16 de março.
Também de acordo com os dados divulgados, os sócios deixaram R$ 18,7 milhões nos meses de janeiro, fevereiro e março, montante que deve cair com o aumento da inadimplência. Confira a origem do arrecadado em 2020 até o momento.
TV - R$ 29.402.638
Sociais - R$ 17.597.835
Nege gociação de atletas - R$ 1.596.008
Patrocínios - R$ 6.022.950
Arrec. Jogos - R$ 3.586.665
Licenciamento da marca - R$ 2.128.826
Outras - R$ 1.712.469
ANÁLISE
Tais números refletem as dificuldades financeiras recentes do clube, que indubitavelmente terá que vender mais de 2 atletas em 2020. Com um gasto ainda demasiado elevado com o futebol - em 2019 gastamos por exemplo 31 milhões a mais em salários que o Grêmio, além de possuirmos R$ 92 milhões de dívidas com empréstimos - a diretoria terá que refazer as contas. Em três anos, a gestão de Marcelo Medeiros eliminou R$ 70 milhões de déficit, mas toda essa recuperação financeira ficou pelo caminho, enquanto o clube não vislumbra um superávit desde 2015.
Bruno Fuchs e João Peglow, dois jogadores formados no Celeiro de Ases, puxam a fila de nomes valorizados no mercado. O zagueiro virou titular da equipe titular, e o meia-atacante foi camisa 10 da seleção brasileira campeão do mundial sub-17, no ano passado. Edenílson e Patrick também correm por fora como possíveis candidatos.
De acordo com o especialista Fernando Ferreira, sócio e fundador da consultora PLURI, clubes e jogadores terão que “colocar toda sua energia na renegociação dos salários dos jogadores e da comissão técnica, que geralmente consome cerca de 50% das despesas totais de um clube de futebol e é disparadamente a maior fonte de gastos de um clube”.
“Acredito que os clubes têm que ser mais agressivos, deixar a situação mais clara e visível, mas se a coisa ficar mais complicada a sociedade tem que saber que os jogadores não querem participar de um processo de ajuste. Agora é a hora em que todos cedem um pouco para sair desse buraco”, prevê Ferreira.
Nesse cenário, os 25% acordado com os jogadores mostram-se insuficientes para o clube, enquanto o futebol não dá mostras de que irá retornar nos próximos meses. No futebol, 24 funcionários já haviam sido desligados desde o início de 2020, com a extinção do Inter B, enquanto mais de 40 funcionários foram demitidos recentemente.