Perder para o Atlético-MG fora de casa não seria nenhum absurdo, ainda mais pelo momento vivido pelos mineiros e a diferença técnica envolvida entre ambas esquadras. No entanto, se faz necessário ter o mínimo de análise crítica para dar um passo adiante e inserir esse tropeço em perspectiva.
O Galo foi, sem sombra de dúvidas, o maior adversário enfrentado até aqui na temporada. Um primeiro tempo inexistente e uma reação - com lapsos de bons momentos - no segundo deram o tom de uma derrota previsível, mas não irremediável. O próprio Ceará havia mostrado um dia antes, contra o Palmeiras, a fórmula para se complicar jogos dessa envergadura.
A estratégia cearense não foi revolucionária nem descoberta por obra de genialidade ao basicamente repetir o empreendido pelos ancestrais do esporte bretão: explorando os contra-ataques o atual campeão da Libertadores afundou em seus próprios domínios. Três pontos valiosíssimos aos nordestinos e que dificilmente serão repetidos por seus concorrentes.
No entanto, o Internacional versão "propositivo" está amarrado em sua crença, para o bem ou para o mal. Viciado em seu conto de fadas metafísico, recorta-se períodos dos jogos em que há "evidentes" avanços, excluindo-se sempre, claro, os resultados, as atuações como um todo, a inconsistência e todos os pormenores que explicam uma temporada inacreditavelmente desastrosa.
Após o jogo o treinador do Galo, Turco, sintetizou a tática de sua equipe: matar o jogo nos minutos iniciais e evitar o desgaste para a sequência decisiva pela Copa Libertadores. Sua equipe fez isso com maestria e, mesmo com meia força, domou um SCI repetidamente inócuo, que se resume a toques defensivos, zero criatividade, bola parada nula (nos dois extremos), pouca presença na área, etc e etc. A melhor chance de uma equipe que somou SEIS finalizações em 90 minutos, no entanto, veio justamente quando a equipe recuou as linhas e encontrou um contra-ataque mortal, com Taison tocando para Ed e a bola batendo na trave. No instante desta jogada um irmão veio e comentou comigo, astutamente: "essa é a melhor chance do Inter desde o início da temporada". Sábias irônicas palavras. O jogo ideal não criou uma chance, a forma "atrasada" de jogar futebol quase encontrou o empate. O Inter resume-se a isso, uma irracionalidade retumbante.
O que deveria ter sido feito desde o apito inicial, o óbvio, foi descartado pelo treinador uruguaio em detrimento de uma cartilha infantil, que com seus conceitos tão pueris e desconectos da particularidade do clube, do plantel e dos adversários, se sobrepõe a leituras básicas do jogo em si. Tenho insistido nesta percepção "metafísica" da realidade pois ela explica, em grande parte, como os cabeças pensantes do clube - e grande parte de seus apoiadores - conceituam os momentos de fracasso.
A Itália extremamente defensiva de 2006 ou 1982, a França contra-golpista de 2018, o Corinthians de Tite ou Carille, o Chelsea de Roberto Di Matteo ou Inter de Mourinho, todas essas equipes jogam e jogaram futebol. O torcedor (ou comentarista) "metafísico", no entanto, irá matar o debate (pois no fundo é isso que não almejam, argumentar) e a leitura de como se vence de determinada forma, ao pejorativamente afirmar coisas como "isso não é futebol", é ser "covarde". Pronto. O clássico apoiador no twitter da gestão de Alessando Barcellos saiu do armário e age mais ou menos assim, sobre esses preceitos.
Nessa hora, portanto, precisamos da ajuda da Filosofia para compreender essa questão e o quanto o debate metafísico ao longo dos anos perdeu espaço para a teoria da linguagem. Debater coisas essencialmente metafísicas - que significa o que são as coisas - são de um trato quase sempre incomensuráveis e precisam, notoriamente, da linguagem para se fazer entender. A linguagem depede de nossa correlação social e subjetiva/mental, ou seja, já nos afastamos imediatamente do que são as coisas. Agora, o tontinho do twitter vai insistir, contra-argumentando: "Ah, mas o Inter perdeu com o Aguirre para o mesmo Atlético-MG, jogando reativo, então vê só, também não deu certo". Nessa hora ele comete outro erro infantil, que é pensar por exemplos, e não por conceitos. Aguirre nunca foi um bom técnico, mesmo tendo vitórias ali e aqui como exemplos em seu currículo, esse é o conceito que pode, agora, ser complementado ou não por exemplos.
Divagando sobre o momento do SCI percebe-se que não importa o modelo a ser adotado mas é o caminho por ele trilhado com que fará que qualquer proposta de futebol alcance mínimo sucesso.
Somamos 4 meses tenebrosos mas o "tontinho" vai acusar você de fazer uma acusação política, já que não consegue discutir os erros evidentes e precisa atacar o crítico de maneira baixa.
Somamos 4 meses tenebrosos mas o "tontinho" vai dizer que jogamos bem o segundo tempo em BH, mesmo quando o adversário claramente baixou o ritmo por estratégia (dito pelo próprio técnico do Galo).
Somamos 4 meses tenebrosos mas o "tontinho" vai continuar cego e surdo ao que os olhos enxergam mas não percebem, pois não consegue apreender as mazelas de uma equipe que não demonstra nenhum encaixe coletivo em meses.
Por fim, após mais de 10 anos de site tenho percebido a dificuldade de alguns colorados - sobretudo em tempos de redes sociais - entenderam o sentido deste blog.
Alguns ainda não perceberam que não somos um site de notícias. Se assim fôssemos, estaríamos presos a fontes, e presos a certas cabeças que fornecem informações privilegiadas, não poderíamos criticar com total isonomia e independência. Então por qual motivo disponibilizamos informações diárias?
Para que você, torcedor, comente e traga argumentos, apenas isso. Faça um experimento: abra o site oficial do Internacional e deixe sua observação. Não existe essa opção.
Além deste espaço para comentários, qual outro sentido da existência do Somos Colorados? Fazer a comunidade colorada pensar, baseada na dialética, que é a arte de criticar e criticar.
Nossa meta fundamental é parodiar o conhecido martelo de Friedrich Nietzsche: agredir as bases que são estabelecidas no dia a dia sobre o pensar do próprio SCI. Queremos "martelar" (no bom sentido, é claro) as cabeças de cada um de vocês, não queremos concordância, apenas inspirar na criação de argumentos em torno de um respeito mútuo sobre o melhor caminho ao clube.
O discurso metafísico, que tem sido o tom da atual gestão, não serve para o Internacional e tem nos levado ao fundo do poço. Para reconstruir qualquer outro caminho, contudo, se faz necessário entender os pontos falhos básicos, na própria forma de conduta e argumentação.
O Internacional versão 2022 "sobe para baixo", "melhora perdendo" e "ataca pela defesa", e assim mantém um lastro de erros inauditos. Há uma bolha no Beira-Rio, e ela não explode mas cresce e cresce... ofuscando na tomada de decisões elementares.
*OBS: este artigo não é direcionado a ninguém especificamente, mas a um "tipo" de torcedor que tem se repetido nas redes sociais.
Por Alan Rother
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