Texto por Colaborador: Redação 08/05/2020 - 17:15

Segundo o jornalista Marcel Rizzo, do UOL, a Libertadores será o último torneio a ser pensado, e o motivo é bem simples: o deslocamento internacional será afetado por todo 2020 por causa da pandemia de Covid-19. Enquanto não tiver uma vacina ou um remédio eficiente contra o vírus, os países deverão controlar entrada e saída por suas fronteiras, afetando diretamente os torneios internacionais.

A Conmebol oficialmente diz que finalizará suas competições ainda em 2020. Não poderia ser diferente, principalmente para não alarmar seus patrocinadores. Internamente, porém, há preocupação, já que em contato com governantes de diversos países do continente comprovou que o acesso pelas fronteiras em 2020 poderá não estar normalizado a médio prazo. 

Além disso, o Brasil é o país que mais preocupa os dirigentes atualmente. Políticos de outros países, como o presidente argentino Alberto Fernández, já demonstraram apreensão com a escalada de casos e mortes por Coronavírus no Brasil — são 135.106 doentes confirmados, com 9.146 mortos.

A política do governo Jair Bolsonaro, que tem pedido o afrouxamento do isolamento social para desafogar a economia, é vista com desconfiança por países vizinhos. A OMS (Organização Mundial da Saúde) defende o distanciamento entre as pessoas como principal método para evitar o contágio e, consequentemente, o colapso de sistemas de saúde.

A questão, porém, são os vizinhos. Países como Paraguai e Argentina, que tiveram um controle eficiente do vírus, abrirão a curto ou até médio prazo suas fronteiras com o Brasil, ou mesmo Peru e Equador, países que têm vários casos e mortos? Improvável.

Portanto, não há a mínima ideia de quando a Libertadores voltará e se voltará em 2020. A Conmebol tinha um plano lá em março de jogar a partir de junho, usando os dias vagos de datas-Fifa e da Copa América que foram adiadas. Hoje, esse plano é irreal. Julho? Agosto? Não se sabe.

Quanto menor o deslocamento que um campeonato necessita, mais fácil dele ser realizado. Por isso que, goste-se ou não, no Brasil o mais fácil de jogar primeiro são os Estaduais, que tiveram que parar no meio em março. Seria possível, por exemplo, isolar atletas em hotéis e atuar em sedes fixas.

Mas há um pé atrás com esses campeonatos mesmo a curto prazo. Primeiro que é preciso que os agentes de saúde liberem treinos e jogos. Em São Paulo já há uma previsão que a quarentena dure até o fim de maio. Segundo, mesmo se treinos forem liberados, como foram no Rio Grande do Sul, é difícil imaginar como será o controle da contaminação. O Flamengo testou mais de 200 profissionais e familiares destes, e 38 deram positivo.

Mesmo o Brasileiro, que deveria ter começado dia 2 de maio, tem dificuldades de deslocamento, mesmo sendo em território nacional. Hoje, voos estão limitados a poucos entre as capitais e não se sabe como será a retomada. Clubes querem manter o regulamento em 38 rodadas para não perderem dinheiro dos direitos de transmissão, mas e se o campeonato começar depois de agosto? Avançar por 2021 e esmagar o calendário do ano que vem?

Uma certeza: hoje, no Brasil, liberar treinos ou jogos é colocar a saúde dos profissionais do futebol e seus familiares em risco.

Fonte: Blog do Marcel Rizzo / UOL

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