Texto por Colaborador: Redação 14/08/2022 - 03:16

O Inter vencedor de 2006 não surgiu de nada mas veio em uma trajetória ascendente marcada por revéses que, efetivamente, foi construída somente graças a pequenos triunfos, degrau a degrau.

Em 2005 a queda para o Paulista na Copa do Brasil também foi extremamente decepcionante. Em 2004 e 2005 o Boca Juniors nos esmagou - e deu o limite da régua que precisaríamos alçar - em duas eliminatórias. Em 2004, um certo Vitória também nos desclassificou da Copa do Brasil, todavia, mesmo naquela época haviam sinais e uma condução de trabalho que davam indícios positivos.

Mesmo tropeçando em decisões de maior grau (como nas citada acima), o SCI foi galgando o retorno as glórias em pequenas doses: primeiro, passou a vencer praticamente todos os GreNais. Depois, via Campeonato Gaúcho, usufruia uma espécie de primeiro palco para o bom gosto das voltas olímpicas, mirando um protótipo de um ambiente vencedor. Na sequência, o mais fundamental e primordial para o que viria: mesmo com elencos medianos, fomentou um trabalho coletivo extremamente competitivo e de alto nível de cobrança (sob a tutela de Muricy Ramalho), que resultava em campanhas minimamente consistentes. Hoje, existiria alguma correlação? 

Dias atrás, perante o Melgar, observamos situações extremamente preocupantes, dentro e fora dos gramados, vejamos algumas:

O Internacional novamente jogou em casa sem marcar sob pressão, enquanto os peruanos tocavam no nosso campo, tinhamos 11 alvirrubros assistindo. Não fizemos eles errarem UMA saída de bola no campo defensivo.

Para aumentar a perspectiva do recorte, o Inter veio de um empate no Peru, sem ter ao menos conseguido ser superior em boa parte do jogo. Na sequência, perdeu para o Fortaleza com 1 jogador a mais... o que explicam performances tão pobres?

Dentre outros aspectos não excludentes, chamamos a atenção pela inexistência de um time que tenha aspectos importantes e bem construídos, que quando entre em campo em jogos decisivos, saiba fazê-los de forma competente, seja em um nível físico (que claramente faltou no 2° tempo), tático (que faltaram no Chile, no Peru e no Beira-Rio), psicológicos (que inexistiram no 2° tempo no jogo de volta). Nos bastidores, para piorar, os discursos eram de uma resignação irritante, para não dizer levianas para com o torcedor: nenhuma indignação, apenas frases prontas, dando uma amostra da total alienação com o torcedor. 

Assim, refletindo, chegamos a conclusão de que o Internacional precisa aprender depois de quinta: somos um replay do Grêmio fracassado de anos anteriores, que acreditava em imortalidade, em estádio e torcida pra reverter situações, acabando novamente eliminado em casa para um time claramente inferior individualmente. As razões para isso?Possivelmente ao optar pelas inúmeras sequências de técnicos com estilos completamente divergentes - concomitantemente com troca gigantesca de jogadores em um curto período -  parece altamente improvável que essa receita de bolo ofereça em alguma medida uma equipe estável a médio e longo prazo, pois todos os processos de montagem encontram-se sempre em eternos estágios iniciais. Adicione neste tempero o baixo vínculo com vários jogadores recém chegados, ligação que não acontece por estalo. Bons jogadores irão querer vencer aqui se sentirem identificados com o entorno, coisa que claramente falta a pelo menos 2/3 do plantel, isso é criado de cima para baixo, mas também de maneira horizontal, ou seja, quando há um horizonte em comum (direção, profissionais e torcida), não com 11 peças tentando resolver as coisas sozinhas. 

Enfim, enquanto o clube não se der conta que torcida não vence jogo e que, em vez de sair sempre buscando culpados a nível somente individual - tal qual uma máquina de moer pessoas - faz-se necessário encontrar resposta que explicam os equívocos macros, que são sempre mais difíceis, especialmente nos momentos de crise. 

Por dias melhores...

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