Texto por Colaborador: Redação 08/08/2022 - 04:19

Há nem 10 dias atrás o Internacional goleava o Atlético-MG para a euforia de mais de 39 mil colorados no Beira-Rio. Neste domingo, uma equipe fraquejante afundou no Castelão pelo mesmo placar diante do pior mandante até então da Série A. Como explicar isso e que de equipe estamos falando exatamente? Da mesma, "oras bolas"...

Primeiramente, o Internacional, assim como outros elencos medianos do Brasil, claramente não possui capacidade de vencer nos pontos corridos. Tirando o 1° turno, quando alguns times conseguem surpreender ali e acolá, no 2° a média geral costuma cair como um todo, tendo em vista que os desesperados na parte de baixo passam a vender mais dolorasamente as derrotas. Se para os gaúchos era importante não perder, para os cearenses era o jogo da vida. O confronto desta 21° rodada ainda contou com um fator a mais na brutal diferença de preparação de ambos os lados: os nordestinos jogavam com a faca entre os dentes tendo a semana cheia, o SCI - que havia chegado do Peru poucas "horas" antes - brigou para ficar de pé no escorregadio gramado do Castelão. 

Ainda assim, caso não tivéssemos cometido erros bobos - como as seguidas faltas na frente da área - o empate se mostrava bastante plausível nos 45' iniciais, mas o melhor trabalho coletivo do Leão do Pici, que empurrados por uma massa de respeito, pesaram contra um Internacional desfocado e ciente de que, em qualquer lesão ou dividida, o risco para quinta seria pago de maneira muito mais prejudicial. Dias antes o Galo de Cuca havia sofrido pelo mesmo veneno, só que no Gigante. O planejamento era correr um risco calculado, mas ele esfarelou após o 1 a 0, a vaca tinha ido pro brejo... os pequenos detalhes pela impossibilidade de qualquer preparação ideal foram nítidos, fomos uma caricatura.

Parece indubitável que o revés para os comandados de Vojvoda passou da conta pela elasticidade do placar, contudo ele apresentou algumas situações que parecem evidentes no Beira-Rio: a deficiência do elenco e o quanto a nossa forma de jogo é maximizada pelo contra-golpe. O Colorado tem um time titular (aquele XI ideal) capaz de superar os mais poderosos do Campeonato Brasileiro, como Flamengo ou Palmeiras, no entanto, quando é preciso focar (ou ocorrem turbulências de muitas lesões concomitantemente) em alguma competição em que há real chance de título, o efeito colateral aparece. "Brother" Menezes tem à sua disposição inúmeras peças de qualidade duvidosa e que costumam comprometer (Johnny, Liziero, David) e outras claramente ainda cruas (T. Lara, Alemão), essas individualidades quando entram numa base mista, afundam. Já quando entram em uma base mais consistente e titular, podem até ajudar ou pelo menos não comprometer, porém, encontrar essa dosagem nem sempre é simples, fácil ou possível. A de ontem claramente ficou muito aquém. 

O SCI de maneira geral faz nesta temporada um campeonato ao seu nível, com alguns picos e poucas quedas, mas mantendo uma média. Todavia, estando há apenas 4 jogos de um possível título, é preciso compreender por vezes alguns tropeços: foi apenas a 4° derrota do atual técnico, a segunda realmente irritante (tal qual a do Botafogo), em mais de 20 jogos. Agora, resta-nos fazer o mesmo dos últimos jogos em casa, lotando e empurrando, para que essa boa formação titular possa fazer o dever de casa e nos colocar nas semifinais. Até lá (uma possível final), poderemos receber o contra-gosto de alguns insucessos (ou um ou outro fiasco), tendo em conta justamente essa qualidade dúbia quando se leva em conta todo o elenco vermelho. É o céu ou o inferno. Esse mesmo Internacional pode nos levar a glória em Mendoza ou nos irritar de vez em quando, o ponto final, no entanto, só saberemos na sequência. 

Saudações coloradas

Alan Rother

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