O balanço financeiro divulgado pelo Inter mostra um cenário de forte dependência da venda de jogadores para equilibrar as contas, revelou o jornalista Fabrício Falkowski do Correio do Povo. Em 2024, mesmo com receitas recordes provenientes de transferências, o clube apresentou um déficit de R$ 34,4 milhões e viu sua dívida crescer.
A principal fonte de alívio nas finanças do ano passado foi a negociação de atletas, que rendeu R$ 258,3 milhões — maior valor já registrado na história do clube. Essa quantia representou quase metade de toda a receita do Inter em 2024, evidenciando a dificuldade de manter o equilíbrio financeiro sem essas transações, que nem sempre podem ser repetidas. Em 2023, por exemplo, o clube arrecadou apenas R$ 77 milhões com vendas de jogadores.
Outra fonte de receita extraordinária ocorreu em 2023, quando o Inter vendeu 20% dos direitos de transmissão para a Liga Forte União, operação que adicionou R$ 219 milhões ao balanço — embora apenas metade desse valor tenha entrado efetivamente no caixa.
Já as receitas recorrentes, como cotas de TV, premiações e o quadro social, aparecem como fontes secundárias, mas o clube projeta crescimento em 2025. O aumento das mensalidades e a nova negociação de direitos de transmissão feita pela LFU devem elevar em cerca de 40% os ganhos com TV.
Apesar da venda de Gabriel Carvalho ao Al Qadisiyah, da Arábia Saudita, nos últimos dias de 2024, o déficit se manteve. Além das perdas causadas pelas enchentes de maio, um dos fatores que contribuíram para o resultado negativo foi o aumento expressivo nos gastos com o futebol: os custos saltaram de R$ 287,5 milhões em 2023 para R$ 404,4 milhões em 2024 — uma alta de 39% em apenas um ano.